Ruin above causes

06.

Monterey — Califórnia — 07:00am

Point Of View — Justin Bieber

Mordo o maxilar, pensativo e tentando entender a cena que presenciei horas atrás. Na verdade, tentando entender o que causou aquilo tudo. O meu telefone não parava de ligar, eu sabia que era a imprensa querendo alguma explicação. Eu sequer iria ligar a televisão para ver o que estavam falando sobre o assunto, mas eu sei que não tenho saída e que tampouco a oportunidade de fugir disso.

Uma batida soou na porta, fazendo-me interromper os meus pensamentos dispersos.

— Entre.

— Está feito. — Disse o médico — Ela quebrou o pé, então sugiro repouso absoluto, e que ela tome os remédios caso sinta dor. Ela irá andar com a bota ortopédica por quinze dias. A recuperação da garota será rápida se não relaxar com os cuidados.

— Disse tudo isso à ela?

— Sim.

— Então ótimo, ela já sabe o que fazer. Eu não sou nada dela pra ficar a lembrando de tomar remédio ou algo do tipo.

— Qualquer coisa, eu estarei à disposição, senhor.

— Obrigado. — Murmurei, lhe entregando o valor da consulta. Ele sorriu e em seguida virou-se e deixou a sala. Eu sou o último gole do Conhaque que estava em cima da mesa, e saio da mesma sala.

Irei ver como minha hóspede está.

Assim que paro em frente ao quarto, bato duas vezes na porta e sequer espero um anúncio... Abro a porta de forma rápida e entro, vendo Maia cabisbaixa, e em seguida ela levanta o rosto e me olha nos olhos. Ela me lança um sorriso amarelo e eu me viro e fecho a porta. Caminho até sua cama e me acomodo na beirada da mesma.

— Como se sente?

— Estranha... — Ela massageia as mãos em sinal de nervosismo. — Dessa vez eu ainda estou com o vestido. — Ela tenta se animar, e eu sorrio. Lembrando bem do dia em que eu a trouxe para casa e pedi a Esther para a vestir com uma camisola.

Ela ainda deve pensar que foi eu que a troquei, porém eu jamais iria vê-la nua sem a sua permissão. Eu posso ser um mostro, menos um abusador.

— Está sentindo algo além da dor nos pés? — Troco de assunto.

— Fisicamente não sinto nada... Mas, é estranho estar nesse quarto de novo. Na sua casa, consultando com o seu médico particular. Eu, realmente preciso ir embora. — Ela tenta se levantar, mas geme de imediato quando sente dor nos pés.

— Espera... — Franzo o cenho, a ajudando a se posicionar de forma confortável na cama — Eu sei que fui um pouco rude com você naquele dia, mas, eu tinha acabado de te conhecer, eu não sabia que viraríamos amigos. E além disso, eu só lhe trouxe pra casa porque você dormiu no camarote, eu tentei te acordar mas você havia bebido muito, então, não achei uma boa ideia te colocar dentro de um táxi e te mandar pra casa porque o motorista podia aproveitar o seu momento de fragilidade. Então achei melhor lhe trazer pra cá, e... Se lhe interessa saber não fui eu que troquei sua roupa naquele dia, foi a minha empregada. Eu jamais iria te ver pelada sem a sua permissão, mesmo que eu não seja capaz de fazer nada com você... — Ponto pra mim. Eu encarava seus olhos e a mesma parecia estar confiando em mim, e então ela assente e me encara.

— Me perdoa, é que aquele dia eu estava bem nervosa, e alterada. Você foi um estúpido, mas, isso ficou no passado. Depois daquele dia nos vimos algumas vezes e... Enfim, você também me ajudou hoje depois daquela explosão, então... Obrigada. — Ela sorria amigável, e eu devolvo com um outro sorriso.