Capítulo 106

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Índia 🦋

Completei meu 6º mês a 3 dias e o que era pra continuar sendo tranquilo, virou um inferno.

Desde a última missão, a Rocinha tem sido ameaçada de guerra constantemente. E sem nem saber por quem. Já teve duas invasões desde que esses recados começaram e graças a Deus nem eu e nem Gustavo estávamos aqui. Um dia estávamos na consulta do nosso Lucca, no outro no Vidigal pegando minhas últimas coisas que ficaram lá.

Eu havia levantado e arrumado toda a casa, assim que sai do banho e vesti uma roupa, escutei fogos serem lançados.

Guto: Não sai daqui, vou deixar um rádio com você. Eu te amo pra sempre, vocês dois. Obrigada por tudo Luiza, você é a mulher da minha vida.

Índia: Para com isso Gustavo, tá me deixando com medo.

Guto: Depois daquela missão tenho muito medo de acabar morrendo sem me despedir direito de você. Eu te amo, eu te amo muito, você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

Ele me deu um beijo e saiu correndo antes mesmo de eu despedir. Fiquei escutando pelo rádio o que acontecia, pelo visto Gustavo já tinha chegado.

Fechei o olho respirando fundo tentando ficar bem, estava em uma parte secreta da casa onde tinha tudo aqui pra ficar escondido. Tanto coisa pra comer quanto arma e colete pra se defender.

Horas se passaram e nada de notícias, ninguém conversava no rádio mas eu escutava tiros a todo momento. Meu celular tocou com um número desconhecido, atendi receosa mas atendi.

Xxx- Da oi pra sua mulher, Gustavo.

Índia: O que vocês querem?

Xxx- Você.

Índia: Mas como eu vou saber se ele tá bem?

Xxx- Fala com ela porra. - Escutei barulho de tapa e lágrimas começaram a rolar em meu rosto.

Índia: Gustavo, amor?

Guto: Não vem Luiza, por favor. - Disse com a voz fraca tentando respirar fundo.

Xxx- Se ela não vim você morre, depois a gente encontra ela e mata ela também. Sem final feliz pra nenhum dos dois, agora se ela vim... nada vai acontecer. Só umas férias desse lugar.

Índia: Onde vocês estão?

Guto: NÃO VEM LUIZA. - Ele gritou e logo escutei barulhos de mais golpes e ele gemendo de dor.

Xxx- Matagal perto da sala de tortura, você tem 5 minutos.

Desliguei a ligação vestindo um colete a prova de balas e pegando uma pistola a colocando na cintura.

Índia: Eu te amo meu filho, vamos salvar o papai.

Eu respirei fundo e fui em direção a sala de tortura, nunca andei tão rápido pra dar tempo de chegar, tinha que tomar cuidado pois a invasão tava forte e eu corria risco de bala a qualquer momento.

Assim que cheguei, quando olhei pro matagal, Gustavo estava todo machucado de joelhos enquanto olhava pro chão.

Comecei a chorar no mesmo momento e Gustavo percebeu minha presença me olhando.

Xxx- Olha você aí.

Índia: Deixa eu só me despedir dele.

Fui em direção ao Gustavo e dei um beijo rápido enquanto chorava olhando seu rosto com cuidado, não sabia se podia ser a última vez.

Índia: Eu te amo mais que tudo pretinho, eu mato e morro por você.

Ele me abraçou forte mas logo saíram me puxando colocando uma venda nos meus olhos, só escutei Gustavo me gritando e senti algo em meu nariz me fazendo apagar.

Acordei com bastante dor de cabeça e vi uma mulher bem vestida me olhando, uma mulher bastante bonita mas que aparentemente já tinha uns 40 anos ou mais. Ela tinham um ar de riso, como se eu fosse um troféu que ela tinham conquistado.

Xxx- Finalmente te conheci, norinha.

Eu olhei pra mesma confusa e assim que a vi, percebi que seus olhos eram o mesmo de Gustavo.

Índia: O que você quer comigo?

Xxx- O mesmo que o Magnata quis comigo a 25 anos atrás.

Eu não entendia o que ela estava falando, percebi que tinha uma garrafa d'água e um remédio de dor na mesinha ao lado da cama, abri dando um gole e tomando o comprimido. Eu precisava sair daquele lugar, viva e bem.

O Nosso Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora