Capítulo 30

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Índia 🦋

Quando eu vi ele ali, lutando contra seu próprio corpo, tentando não me machucar, eu percebi o quanto ele precisava de ajuda.

Os vapores não queriam deixar eu entrar, mesmo que o Magnata tenha mandado, eles disseram que nunca haviam visto o Guto tão transtornado.

E quando entrei, vi a fúria, o ódio em seus olhos, como nunca havia visto nos olhos de ninguém. Ele me olhava com raiva, tentava lutar com si mesmo pra não me machucar. Eu não podia o largar ali, mesmo que isso me gerasse algum dano.

Quando ele apertou meu pescoço, minha vontade era tirar a arma da minha cintura e meter na testa dele, mas eu via a dor nos seus olhos, e o quanto algo tinha doído nele.

"Eu sou um monstro, tu vai me largar igual ela me largou, eu não sou digno do seu amor."

Ele disse tudo isso com dor, com uma angústia carregada em cada palavra. E porra, como isso doeu em mim.

Eu queria tirar isso dele, cada trauma que ele carrega em si, mas eu não era capaz disso.

Quando me deitei em seu colo, escutando ele contar o que tinha acontecido, meu corpo se estremeceu de raiva, eu queria matar essa filha da puta onde quer que ela esteja. Meu corpo se arrepiou por completo, eu senti um pouco da dor que ele estava sentindo e nunca chegaria perto do que realmente era.

“Eu não suportaria te perder também Luiza. Depois que eu te machuquei eu percebi que tudo que ela disse era verdade, eu nunca vou ser digno do seu amor, eu machuquei a única mulher que eu mato e morro pra proteger, mas não te protegi de mim. Então por favor, se afasta de mim, pô. Por favor, eu não quero te machucar de novo, Luiza.”

Meu coração doía a cada palavra, ver ele chorando ali, comigo, por tudo que essa filha da puta fez e falou, por todos os traumas que ela causou, toda dor que nunca vai ser cicatrizada.

Índia: Sabe qual é a diferença entre eu e ela? Eu nunca largaria alguém que é tão incrível como tu.

Guto: Tu vai me largar igual ela Luiza, para de caô, para. Tu vai se cansar do que eu sou, eu sou esse monstro que tu viu desde os 13 anos. Eu não tô suportando te olhar e ver a marca da minha mão no seu pescoço, eu nunca quis te machucar, Luiza.

Índia: Eu sei que não, se tu quisesse, eu estaria aqui? Eu teria te mandado tomar no cu e acabado com você, não é? Porra Gustavo, tô ligada que é difícil, eu não imagino a dor que tu tá sentindo, mas põe na sua cabeça, eu não sou ela. EU NÃO SOU ELA. As palavras que ela disse, não são as minhas palavras. Eu não vou te largar, eu não seria capaz disso. Porra, olha pra mim, por favor. - Puxei seu rosto e quando ele me olhou com seus olhos cheios d'água, tudo em mim estremeceu - Gustavo, eu tô aqui por tu, e vou ficar até o fim. Eu não vou te largar pô, eu não vou. Eu mato e morro por você, tu tá ligado disso mais que ninguém. Confia em mim, confia em mim porra. Se tu não fosse digno do meu amor, eu estaria aqui agora depois de tu ter me machucado? Eu seria a Luíza contigo? Eu teria vindo até aqui correndo com com a moto do Foguete porque tava preocupadona contigo? Porra Gustavo, tu é o menino mais foda que eu conheço, tu passou por parada demais, e tá aqui hoje, fazendo de tudo pra melhorar. Tu me ganhou em um dia, me abri contigo na pureza na primeira vez que nós saiu, eu sou assim com todo mundo? Eu tô pouco me fudendo pra maioria das pessoas Gustavo, porra, eu tô aqui por você, eu só quero que tu fique bem, eu tô aqui por tu e não vou te largar, eu não vou. - Fiz carinho em seu rosto e o beijei com calma, ele me abraçou com força enquanto me beijava e eu não queria sair dali.

Guto: Eu nunca vou me perdoar por ter encostado a mão em você, Luiza. Não da pra continuar como se nada tivesse acontecido, tu tem que se afastar de mim.

Índia: Eu e tu sempre, mandado. - Encostei meu nariz no dele e fiquei olhando pro mesmo que carregava culpa em seu olhar - Vamos descer? Tu tá me devendo um açaí pô, quando teu pai me ligou fiquei malucona, dei meu açaí pro foguete e voei pra cá.

Ele sorriu arrumando meu cabelo.

Guto: Tu tá sempre me salvando de tudo. Tu é meu anjo pô, minha Luiza.

Sorri o puxando e assim que ele levantou, o abracei forte.

Índia: Mato e morro por tu. - Falei baixinho olhando em seu olho, ele sorriu me dando um selinho.

Guto: Mato e morro por tu, mandada.

O Nosso Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora