Meu corpo, seu respeito

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Nico narrando

Eu estava, pela primeira vez na minha vida, usando uma saia. Eu passei minha infância no meio de uma época baseada em preconceitos, onde mulheres não usavam calças e homens não usavam saias. Mas agora, é possível (não muito aceito, mas possível) usar a roupa da preferência de cada gosto e eu sempre tive um fraco por saias. Me encarava no espelho, usando uma saia roxa que cobria até um pouco acima dos joelhos, estampada com caveirinhas dispersas pelo tecido. Ela deixava a mostra minhas pernas, que eu tinha o capricho de depilar constantemente, isso até que eu possa ir em um estúdio de laser, pra tirar os pelos de vez. Eu me sentia bem na roupa, mas tinha receios, muitos receios. Principalmente em relação ao Will, apesar de que devo boa parte da minha desconstrução a ele. Foi ele quem me incentivou a usar um short pela primeira vez (apesar de que depois ele ficou olhando incessantemente pras minhas pernas e sentindo ciúme até da grama), foi ele quem me fez desabafar direito, me aceitar, foi ele quem me mostrou o que é amor próprio (eu não tenho tanto assim, mas tenho o suficiente), e foi ele quem... Me ajudou a... Explorar minha... (Eu ainda tenho um pouco de vergonha, desculpa)... Sexualidade. E, obviamente, foi ele quem tirou minha virgindade. Eu confio nele, mais que em mim mesmo, mas esse medo, a ansiedade, isso é inevitável. Mesmo assim, eu preciso ter coragem, afinal, eu sou um herói (pelo menos é o que vivem me dizendo). Respiro fundo, coloco meus coturnos, amarro meus cabelos e saio do chalé.

As primeiras pessoas que vêem são alguns filhos de Ares. É lógico, eu não tenho sorte nenhuma mesmo. Eles me chamam de "menininha” (é sério que eles acham isso ofensivo?) e mais alguns nomes não educados. Apesar de sentir um pouco de vergonha, não me acanho e nem abalo. Mando meu clássico olhar de "cala a boca senão você morre” e eles ficaram quietos. Os outros semideuses olham estranho ou então ficam chocados. Por causa de uma mera saia no corpo de um garoto. Sou só eu que estou achando isso levemente patético? Sigo meu caminho até o destino que temo: a enfermaria. Levei também um suco, espero que pelo menos disso ele goste.

N:- licença? Love?

Ainda estou escondido, da cintura para baixo, por detrás da parede.

W:- hey bebê. Tudo bem?

"Fora a torção estomacal do nervosismo, estou ótimo”

N:- sim, eu só... Queria mostrar uma coisa...

W:- o que?!

Fechei os olhos com força e saí detrás da parede. Abri os olhos devagar, e ele me olhava de cima a baixo, encantado.

W:- meus deuses, bebê... Você é a prova viva de que pra ser divino, não precisa ser imortal.

Suspirei, apaixonado. Tenho certeza que estou vermelho. Will sempre sabe me derreter inteiro, o cara é fera nos elogios. Fui até ele, deixando o suco na bancada e o abraçando. Ele retribuiu e me beijou. A questão foi que... A saia é aberta embaixo, o que deu pro meu namorado de 17 anos, entupido de hormônios, um acesso livre para uma mãozinha boba por dentro da minha cueca!

N:- Will!!! Sossega esse fogo caramba!

W:- desculpa, não resisti. É que essa saia deixou suas pernas tão atraentes... E você sabe né... É difícil segurar sendo filho de quem sou. E eu sei que você gosta...

N:- adoro, mas não onde qualquer ser desse acampamento pode nos pegar no flagra!

W:- mas aquela vez no regato...

N:- aquela vez foi aquela vez e ela não vai se repetir, entendido? Mais tarde eu penso no seu caso, ok?

Meu namorado deu um sorriso safado e concordou, pegando na minha "retaguarda” com firmeza. Droga, o ruim é que ele tem uma pegada boa! No resto nem se fala, mas chega por hora certo?

Eu sei, podia ser melhor e maior, mas por enquanto, estamos com isto! Só pra avisar, eu vou colocar de, ABSOLUTAMENTE, tudo nisso aqui. Portanto, um spoiler da minha próxima ideia: era medieval onde casamento gay existe. Kkk, tô com isso em mente tem um fukcing tempo!

SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!Onde histórias criam vida. Descubra agora