SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!

"Sequestrado"

Will narrando
Eu olhei  no espelho minha infeliz situação. Eu trajava um terno branco, camisa social cinza e gravata azul, prestes a me casar com uma golpista. Eu vivia teimando com minha família que ela era péssima, mas como sempre, não me deram ouvidos. Minha família me trata como um fantoche desde sempre. Eu não queria ir para a faculdade: eles obrigaram. Não gostava de luxo e muito menos de imagem: eles me entupiam de maquiagem, roupas caras e me mandavam fazer status. Só queria viver minha vida: me impuseram toneladas de regras. Eu não conseguia me livrar disso. Me sufocavam sem parar! Eu achava que não iria piorar até me obrigarem a casar com uma modelo. E mais: sou gay. Não me sinto atraído por mulheres, muito menos pela caninâna que subiria na porra do altar comigo! Eu só queria sumir, juro. Qualquer coisa pra sair daquela situação estaria bom para mim. Eu orava para que algo interrompesse aquele pesadelo. E o mais louco, foi que isso aconteceu. Enquanto eu deplorava sobre minha situação, um cara entrou no quarto e tapou minha boca e meu nariz com um paninho, me fazendo desmaiar. Clássico isso viu? Adorei ser sequestrado assim! (Eu sou bizarro mesmo, acostumem). Acordei... com um saco na cabeça. Que clichêêêêê, amo! Minhas mãos estavam amarradas, mas meus pés estavam livres, assim como o resto do corpo. Estranhei, mas não questionei e apenas aguardei algo acontecer. Então minha cabeça foi destampada e... aí minha nossa senhora da bicicletinha sem freio!!! Perante mim, havia nada mais nada menos que um deus grego! Gente que ser lindo, carai! Ele tinha um olhar gentil, como se realmente fosse um deus que atendeu minhas preces.

?:- olá Will. Vejo que não está se incomodando de... ter sido sequestrado. Está tudo bem?

W:- está tudo muito bem, definitivamente! E... posso saber o nome da divindade que atendeu minhas preces de uma vida toda?

Ele riu, alegre. Esse está sendo o melhor sequestro da história!

N:- meu nome é Nico di Angelo, e, bem, tenho visto você pela televisão ultimamente, e percebi que você estava tendo problemas com o controle da sua família sobre você. Espero que não se incomode de estar nas mãos do chefe da máfia europeia.

Meu queixo caiu.

W:- olha... nem um pouco incomodado! Aliás, pelo contrário. E que honra (riso)!

Ele riu novamente e desatou minhas mãos.

N:- bom, atualmente estamos em Roma, num hotel. Não se incomoda de dividir o quarto comigo, certo? Porque em todo o caso, posso alugar outro para você.

W:- imagina. Até a cama eu dividiria de bom grado!

Ele sorriu de lado e caramba, o gatoso aí tá fodendo real com a minha cabeça!

N:- ok. Precisa de algo?

W:- hum... é, eu meio que estou com fome.

N:- ah, realmente... já até é hora do jantar. O que prefere?

(Você talvez. Parece uma tremenda refeição)
É, foi isso que eu pensei, mas me contive.

W:- ah... o que houver. Eu não me importo nem incomodo muito com isso.

N:- então, com um pou o mais de clichê, o que acha de uma lasanha originalmente italiana?

Sorri e concordei. Enquanto Nico pedia a comida, eu saia do quartinho onde estava e me deparava com a suíte principal do hotel. Certo, eu não sou chegado em luxo mas admito que isso é uma beleza. As janelas estavam fechadas, obviamente, mas mesmo assim a incrível vista de Roma me enchia os olhos pelo vidro. Senti Nico chegar por detrás de mim, pondo as mãos em meus ombros.

N:- admirando a vista?

Ele sussurrou isso no pé do meu ouvido, me causando um arrepio. Me virei para ele.