Professores

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Will narrando

Eu estava corrigindo as provas dos capetas do 6⁰ ano quando a inusitada figura parou na minha frente. Eu sou professor de biologia na Olympus High School, e quem parou na minha frente foi o professor/treinador de Ed. Física. Ergo meu olhar para aquele ser deslumbrante. Os longos cabelos negros, de altura batendo pouco acima da cintura, estavam soltos e escorriam pelos ombros e costas, bagunçados. Seus braços torneados estavam apertados em uma camiseta preta com gola e barras das mangas nas cores da bandeira gay. A mesma camiseta era quase pequena demais no peitoral forte e ombros largos, porém era muito solta na cintura fina. Ele era jovem, de pele pálida e olhos negros, de cílios longos e sobrancelhas médias.

Meu cérebro derretido e moído pelo tanto de erros dos estudantes desatentos e desinteressados na matéria (não posso julgar, eu era igual na idade deles) mal conseguia processar aquele puta homenzarrão lindo na minha frente.

N:- deixe-me adivinhar: 6⁰ ano?

W:- sim.

Ele riu e colocou um dos cachos do meu cabelo atrás da minha orelha. Acho que preciso cortar o cabelo de novo.

N:- é uma pena, mas fazer o que? Somos obrigados a suportá-los e eles esgotam todo mundo.

W:- menos você, aparentemente.

Falei, me lembrando de que, para botar o 6⁰ ano inteiro pra correr, Nico, o professor de educação física, feriu o orgulho da turma toda e os desafiou a provarem que ele estava errado, quando disse que eles tinham pernas de gelatina, tão feias e fracas que a escola teve que fazer os estudantes usarem calças largas em sua aula. Ofendidos, todos os estudantes do 6⁰ ano levaram como um desafio pessoal se superarem nas aulas de educação física. E tem dado super certo. Manipulador de uma figa esse cara.

N:- é, eu acabei conseguindo dobrar esse elemento impossível. Mas fácil não foi. Além do desastre que devem estar essas provas, tem mais algum compromisso hoje?

W:- não senhor. Por...?

N:- minha casa, 8 da noite, pijama, desenho.

W:- você parece uma criança.

N:- não mais que você.

Eu ri, ele jogou um beijo se despedindo e saiu andando nos tênis esportivos pretos e gastos fazendo um barulho enjoado no piso.
Pouco depois, a irmã mais nova dele, que por acaso é a professora de artes, passou na minha mesa.

H:- 6⁰?

W:- sim.

H:- triste. Você viu o Frank?

Franzi a testa à menção do professor de história, filosofia e sociologia (o que inclusive o enquadra como um maluco).

W:- não. Ué, por que?

Hazel colocou uma mecha do cabelo cacheado atrás da orelha, com um olhar forçosamente distraído.

W:- não me diga que vocês estão tendo algo?

Hazel ficou em silêncio.

W:- Hazel. Ele é o professor de humanas. Você sabe como ele é pirado na batatinha.

H:- eu sei, mas... poxa, ele é tão fofo.

W:- você viu o tamanho dele? O cara tem 2 metros! O que você viu de fofo nele?

H:- a personalidade, oras!

Ela cruzou os braços.

W:- ele é louco.

H:- não tanto quanto o professor de informática.

W:- essa não é a questão.

H:- é sim! É melhor ficar com o MENOS louco, não?

SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!Onde histórias criam vida. Descubra agora