Aquele cara...

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Will narrando

Sabe aquela pessoa que vai contra tudo o que você acredita, mas que te atrai como um ímã? Pois é, para mim, essa pessoa é Nico di Angelo. Ele chegou em Nova York, vindo morar justamente na casa em frente à minha. Entenda, eu fui criado como um "bom cristão”, que não se mete em pecados e respeita a bíblia à risca (na verdade não, tá muito mais pra seguir as tirinhas que a minha mãe cortou da Bíblia), portanto, eu o odiei logo de cara. Mas eu não consegui manter esse ódio, porque eu o conheci, e comecei a questionar tudo o que eu via como certo até então. Enquanto me questionava, ele me levava ao caminho oposto ao qual minha mãe havia me induzido, e eu me sentia estranhamente bem com esse novo caminho. Comecei a saber quem eu era de fato e quando fui ver, percebi que eu era o mais gay do vale inteiro! Depois de pouco tempo, eu me pegava com Nico às escondidas, louco por cada vez mais, completamente viciado em seu cheiro, na textura de sua língua, no calor de seu corpo, precisava desesperadamente dele. Por isso, eu temia que ele me deixasse por não conseguir superar tudo o que me foi ensinado de errado desde pequeno. Mas ele tem uma paciência de Jó quando quer, e disse que iria me esperar e me ensinar tudo pouco a pouco, e jamais desistiria de mim. Eu pensava que não podia me apaixonar mais ainda por ele, mas Nico provou mais uma vez que eu estava errado. Nós traçamos uma base para o nosso futuro, mas não ficamos tão empenhados; somos jovens, afinal. E, justamente por isso, no meio da nossa festa de formatura, onde eu estou de smoking e com uma bíblia de bolso, com uma bebida sem álcool em mãos, vendo ele dançar na pista, penso que quero muito agarrá-lo. Tem muitas pessoas olhando para mim. Muitas meninas, pra ser mais exato. Todos esperam que eu dê uma de hétero top e saia pegando todas elas, mas eu sou tão poc que preciso segurar muito pra não cuspir a bebida que tenho na boca só de pensar nessa ideia. Pego a mini bíblia e analiso. Depois, atiro ela na cesta de lixo mais próxima. Não que eu tenha deixado de crer em Deus, mas agora, ele não se parece mais muito com o que diz naquele livreto idiota. Parece mais com a irmã caçula de Nico, eu diria. Ou talvez com ele próprio, ou talvez até com aquela amiga gênero fluído dele, Alex Fierro. Eu não sei, me sinto como se tivesse saído de um bloco de gelo direto para um sol da meia tarde gradativamente. Agora que vou me livrar da minha mãe (que é tóxica pra caralho) eu me sinto no direito de beijar Nico em público, pelo menos. E é isso que decido fazer. Esvazio meu copo e vou na direção dele, agarrando sua cintura enquanto ele rebola ao som de Don't stop the music. Ele olha de relance para trás, e quando vê quem é, volta a rebolar, sussurrando para mim:

N:- tá todo mundo olhando.

W:- foda-se.

N:- bebeu muito?

W:- nem uma gota de álcool, infelizmente.

N:- sua mãe não te deixa beber, mas e pegar o garoto com pacto?

W:- por favor, esquece da minha mãe. Eu nem moro mais com ela, graças à Deusa! Só fui comportado até agora porque essa demônia tava aqui, mas agora ela vazou.

N:- então pretende me fazer seu esta noite, senhor santinho?

W:- pra que, se eu já te pertenço?

Ele riu, um dos melhores sons do mundo, lado a lado com seus gemidos, arquejos e sempre que me diz "eu te amo”.

N:- que bom, pois somos dois.

Enfim, não aguentei mais e tomei seus lábios nos meus, borrando seu batom preto, sentindo o sabor adocicado de algumas das bebidas daquela festa em sua boca. Devia ser uma cena quase cômica: o cara mais santo da escola se pegando com o "garoto que tem um pacto com o diabo”. Muitos sons de fotografia foram ouvidos e alguns flashes se fizeram presentes, mas eu estava entretido demais enfiando a língua na boca do meu bebê. Encerramos o beijo completamente sem ar, e vi vários dos nossos colegas nos encarando em choque.

W:- perderam algo aqui por acaso?!

Eles se afastaram um pouco, ainda em choque. Voltei a olhar para o homem da minha vida, e ele sorria, com um brilho orgulhoso nos olhos. Retribuí seu sorriso, feliz por avançar essa etapa, que no caso é sair definitivamente do armário.

N:- o que acha de ir pra minha casa, aproveitar de fato?

Não pensei duas vezes, o puxei até meu carro, indo para a casa dele, sem ligar se minha mãe veria que eu estava com ele. Mulher chata, caralho! Eu dirigia rápido e sem muita segurança, mas isso não incomodava meu namorado. Assim que eu estacionei, pulamos de dentro do carro, e Nico me conduziu para dentro pela mão. Pegou um vinho na despensa e subimos para seu quarto. Uma coisa muito estranha, porém fofa, da parte do pai de Nico: ele foi para a casa do namorado dele pra poder deixar a casa só pra gente até amanhã às 15:00.
Vimos um pouquinho de série, bebemos, comemos um pouco de doce, e enfim chegou a parte pela qual meus hormônios estavam implorando há horas: o sexo.
Arrancamos as roupas um do outro afoitos, exploramos o corpo do outro, mesmo que já conhecêssemos cada pintinha, cada cicatriz, cada tatuagem, era sempre maravilhoso e fantástico ver, tocar e provar de novo. Eu quase queria abrir a janela só pra mostrar para minha mãe, em todas as dimensões, como eu cometia pecados e como fazia isso com orgulho, apesar de ser uma completa loucura. Infelizmente, não fizemos isso, mas Nico mandou um vídeo onde transamos em frente à câmera com a luz ligada. Sim, ele fez isso e eu juro, eu o amei ainda mais por isso. Serei para sempre louco por ele, eu nasci pra isso, ou como diria a majestade Lady Gaga, eu nasci assim! Eu sentia orgulho de quem eu era, do que um dia eu tive nojo. Eu amava um garoto, que é lindo, maravilhoso, explêndido, que me marca a alma, os ossos, a carne, o coração, a mente e tudo o que ele quiser! Eu agradeço a Deus, Deusa ou Deuse, por colocar uma salvação vestida de glitter preto e perdição na minha vida.

Sla pq ok? Só veio, tipo, buuuum, escreva, é um solangelo clichê bunitim. E taí pá vcs (・∀・)

SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!Onde histórias criam vida. Descubra agora