Peãozinho e burguesinho

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Aviso de hot (dei uma voltada e já sumiu dnv)
Will narrando
E aí? Tudo bem? Muito prazer, meu nome é William Andrew Solace, eu sou de Nova York, mas moro em uma região rural. Podemos dizer que eu sou um peão, mas não bem isso. Eu gosto de ajudar a trabalhar com os animais da fazenda da minha família, andar a cavalo, ajudar a cuidar de alguns plantios, ajudar a arar a terra, pilotar o trator, enfim. Minha mãe é uma cantora de música cowntry, o que só contribuiu para que meu pai se apaixonasse por ela. Então claro, eles casaram, tiveram meus irmãos mais velhos e depois me tiveram.

Se tem uma coisa que é normal, é me ver com a roupa igual a de um peão de verdade: calça jeans gasta, botas de couro mais velhas que minha avó, camisa xadrez de botão, um cinto largo de couro com uma bainha e uma faca ou facão e um chapéu. Isso porque eu adoro pegar meu cavalo e sair explorando as reservas naturais ao redor da propriedade. Ou só correr com meus cachorros. Ou fazer qualquer coisa que não seja dormir e olhe lá, porque às vezes eu encosto o chapéu no rosto e tiro uma soneca sentado mesmo. Eu literalmente vou pra escola vestido assim (exceto pela faca porque os professores não deixam). Então sim, eu sou meio maluco e fanático pela vida campestre.
Na verdade, uma coisa que eu gosto demais, é mexer com ervas medicinais. Meus pais dizem que eu sou um bruxo peãozinho, porque eu me identifico nas duas áreas: vida campeira e um quê de bruxaria. Se você estiver com um daqueles males simples, como um resfriado, uma dor de cabeça, uma indisposição, eu logo tenho algum chá pra ajudar. É, eu sou meio estranho.

Hoje eu estou mais animado que de costume. Como sempre, acordo cedo, bem antes do horário da escola, apesar de hoje ser sábado. Hoje, um sócio do meu pai vem nos visitar, para falar sobre negócios com meu pai e por visitar mesmo (não me perguntem como eles dois se tornaram amigos, são completamente diferentes), e sempre que ele vem, traz com ele alguém que eu simplesmente adoro. Eu estou na varanda, junto com minha família, quando o carro preto estaciona perto de casa. De dentro deles, saem duas pessoas que parecem até membros da família Adams: um homem que está na casa dos 50 anos, mas parece até ter 20 e poucos, e um garoto um ano mais novo que eu. Os dois tem a pele extremamente pálida, os cabelos levemente ondulados e bagunçados dando-lhes um certo charme, morenos, de olhos tão pretos quanto os cabelos. Mas as semelhanças terminam aí. O garoto tem 1,68 de altura, relativamente baixo, o rosto fofamente reconchudinho apesar de ser magro e olhos com um formato redondo e grande, ou seja, muito fofo. Já o homem, obviamente seu pai, tem 1,90 de altura e é o perfeito padrão de beleza masculina da França: magro, porém forte. Os olhos não são tão grandes quanto os do filho, e são mais ágeis que os dele, pois o garoto vive sonolento. Tem o rosto fino e uma expressão que mata até fantasmas de ataque cardíaco, o que, somando a barba rala, o faz ser uma figura completamente assustadora para desconhecidos.
Porém, ao vê-los, meu pai abre um imenso sorriso. Hades e Nico di Angelo Olympus chegaram.

Lembra que eu disse que adoro quando Hades traz o filho? Pois é, o motivo é bem simples: esse moreninho emburrado enlouquece meu coração. Ele começa a palpitar loucamente quando vejo Nico. E nesse momento, não é diferente. Nico não me encara, pois sei que quer esconder a vermelhidão em seu belo rostinho. É, ele também gosta do caipira aqui.

Meu pai desce a escada e ameaça dar um abraço em Hades, mas o mesmo puxa um canivete de Deus sabe onde e o aperta no pescoço do meu pai, fazendo ele se afastar alguns passos e rir. Tanto Hades quanto Nico detestam contato físico, o que só aumenta a graça em tentar mantê-lo com algum deles. Nico finalmente me olha e eu sorrio para ele, fazendo com que volte a virar a cara. Fofo. Meu pai, Apolo, me diz para ir para o meu quarto com Nico, que ele teria que ver com Hades sobre a papelada das terras que meu ele arrendou para um fazendeiro vizinho botar o gado. Eu assinto e cumprimento Hades com um aceno distante, e chamo Nico com a mão para o meu quarto. Ele me segue quieto, como de costume. Entramos no cômodo e Nico olha ao redor, apesar de sempre vir para o meu quarto quando vem: paredes da cor creme, teto e chão marrons, alguns quadros de fotos pelas paredes, uma escrivaninha com as coisas da escola, minha cama, meu guarda roupa e uma a porta para a sacada do meu quarto, que mais parece uma subsala externa onde há uma mesa, uma prateleira, um fogareiro, uma caldeira e outros utensílios que eu uso para fazer minhas "bruxarias". Por algum motivo, Nico adora meu quarto. Já eu quase não fico aqui. Ando devagar até ele, sem que perceba, e falo assoprando em sua nuca:

SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!Onde histórias criam vida. Descubra agora