Frutos do Pecado [COMPLETA]

4| Dara

Infelizmente, o mesmo pesadelo retornou a minha mente durante a madrugada fazendo-me despertar apavorada e, novamente, senti-me sufocada.

Por que isso está acontecendo comigo?

Eu nunca fui de ter pesadelos pertubadores durante duas noites seguidas, isso é realmente muito esquisito.

Pego meu celular e começo a vasculhar diversos sites com significados de sonhos, não encontro nada igual ao meu. Frustrada e com medo de voltar a dormir, pego meus fones de ouvido e começo a escutar minha playlist favorita de músicas do The neighborhood.

Enquanto a melodia invade a minha mente, tento ao máximo não pensar naquelas imagens perturbadoras que aparecem naquele horrível pesadelo. Enquanto as músicas tocam e se espalham pelos meus ouvidos, começo a olhar algumas redes sociais.

Todas vazias, como sempre.

A única coisa que me anima é reclamar do Wade no Twitter, mas a esta hora ninguém deve estar acordado para ler minhas reclamações diárias. Sinceramente, o Wade me deixa com muita raiva às vezes, o garoto vive me chamando de Penélope Charmosa, na verdade, ele inventou apelidos sem graça para todos os alunos da sala.

Desde quando conheci o Wade, ele faz de tudo para chamar minha atenção. Me envia cartas, chocolates, presentinhos e outras coisinhas bobas, não estou reclamando, aliás acho muito fofo. Entretanto, não quero iludí-lo, não estou afim de relacionamentos no momento, estou focando nos estudos, somente isso.

Não satisfeito, o garoto está estudando para o mesmo intercâmbio que eu, isso é o cúmulo. Se ele passar junto comigo, não irei me livrar dele tão cedo. Diz ele que não está fazendo isso por minha causa, finjo acreditar nessas palavras.

Em meio aos meus devaneios, acabo adormecendo, ainda com os fones de ouvido tocando algumas músicas.

Acordo, no dia seguinte, com os fones enroscados nos meus cabelos e percebo que meu celular caiu no chão. Levanto da minha cama com agilidade, aliás logo escutarei os mesmos gritos matinais e exagerados de sempre.

Caminho até o banheiro para lavar meu rosto, ao jogar a água fria sobre a minha pele, sinto meu corpo ficar arrepiado, em seguida seco a minha pele.

— Dara, venha tomar café da manhã! — isso acontece poucas vezes, normalmente eu que preparo o café da manhã, porém hoje Yelena terá uma consulta e preparou o café da manhã mais cedo.

Saio do meu quarto e logo vejo minha mãe me encarando e arqueando suas sobrancelhas, seu semblante sério me deixa desconfortável.

— Aposto que você foi dormir tarde, está cheia de olheiras. — ela pronuncia com desdén.

— Eu tive um pesade... — tento explicar, mas sou interrompida por um grito.

— Você é uma inútil. — o ódio toma conta de sua face.