Frutos do Pecado [COMPLETA]

26| Dara

Felicidade. É o sentimento predominante na minha vida ultimamente. Desde que cheguei a Brighton, minha vida mudou muito, e isso foi ótimo, pois agora sei o que realmente é ser feliz. Antigamente, a felicidade para mim era tirar uma nota boa ou qualquer coisa nesse sentido.

Hoje, sinto-me como uma criança que vê graça em tudo. Uma criança louca para viver e descobrir os diversos mistérios da vida. Sinto-me livre, como nunca havia me sentido antes. Esse é, sem dúvidas, o melhor sentimento que alguém pode ter.

Descobri que viver é muito bom. Descobri que a vida vale a pena, e que todos os altos e baixos servem para o nosso aprendizado. Percebi que precisamos das lágrimas e dos dias ruins para que os sorrisos e os dias bons possam surgir. Notei que nenhuma vida é perfeita, todos temos problemas.

Aprendi a ser forte. A vida me deu esse aprendizado. Tornei-me uma pessoa mais madura com o tempo e percebi que a vida estava apenas me ensinando a ser forte, e eu apanhei muito até aprender a minha lição.

— Dara, o sinal para o intervalo bateu, em que mundo você está? — Daisy indagou enquanto me cutucava. Eu realmente estava pensando muito, nem havia prestado atenção na aula.

— Só estava refletindo sobre algumas coisas aleatórias, podemos ir comer? Estou com muita fome! — repliquei levantando-me da cadeira.

— Você não ia me contar sobre o que houve hoje mais cedo? — a garota indagou enquanto caminhávamos vagarosamente até o refeitório.

— É uma longa história, posso contar para vocês no caminho de volta para o alojamento? — questionei. Realmente era uma longa história e não haveria tempo para contá-la nesse momento. O intervalo é curto, já que a aula é meio período.

— Contar o quê? — Wade perguntou curioso.

— Também não sei, isso que quero saber. — Daisy redarguiu enquanto entrávamos na fila.

— Eu vou contar para vocês, mas depois, tá bom? — respondi breve, pegando um prato para pegar meu almoço.

— Agora estou curioso, Dara! — Wade exprimiu bufando. O garoto odiava ficar curioso, e eu sabia muito bem disso.

— Desculpa, gente, mas a história é longa, não vai dar tempo de contar agora! — respirei fundo, terminando de pegar meu almoço — Sejam pacientes! — finalizei e assim caminhamos para a mesa mais vazia do refeitório, como sempre.

— Tá bom, vamos esperar! — Wade pronunciou, enquanto sentava-se à mesa.

— Dara, adivinha quem está vindo para cá? — Daisy indagou sorrindo maliciosamente e olhando para trás.

— Ah não, aquele cara de novo? — Wade inquiriu impaciente, revirando os olhos.

— Oi, gente, podemos sentar aqui? — uma voz masculina e rouca indagou.