27| Yabel

107 19 55
                                    

Após termos nos abraçado, me desloquei até onde minha mochila estava, e enquanto pegava ela, Dara balbuciou:

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após termos nos abraçado, me desloquei até onde minha mochila estava, e enquanto pegava ela, Dara balbuciou:

— Se você quiser a gente vai junto com você até sua casa.

— Não precisa. Henry já deve estar bem longe. — Repliquei colocando a mochila nas costas. — Dara, sábado você vai estar livre? —  indaguei dirigindo-me até ela.

— Sim, por quê? —Dara inquiriu, curiosa com a minha pergunta.

— Precisava conversar com você. — respondi olhando fixamente pra ela.

— Você se importa de Wade e Daisy irem junto? — a garota interrogou.

— É que é um assunto particular, entende? — respondi.

— Não estou gostando do rumo dessa conversa! — Wade exclamou num tom alto.

— Cara ela é minha irmã, não viaja. — Refutei — Eles podem ir, tá tudo bem. — respondi impaciente.

— Você sabe onde fica o Raccon Park, né? — perguntei.

— Sim, nós já fomos lá uma vez. — Dara respondeu-me sendo simpática.

— Okay, nosso encontro vai ser lá, agora eu preciso ir, tchau! — respondi me despedindo do pessoal, e logo em seguida todos responderam com um “tchau” em coro para mim.

Eu não acreditava no que havia acontecido comigo naquele momento. Fui agredido pelo Henry, quase morri, e Dara me salvou. Isso era totalmente inesperado, na minha cabeça a gente ia se esbarrar em qualquer lugar, ou coisa parecida, eu jamais imaginei que minha irmã iria salvar a minha vida.

Pensei em muitas formas de dizer à ela que somos filhos de um anjo e um demônio, já que, provavelmente, ela não sabia disso. Segundo os meus demônios, ela não fazia ideia.

Procurei meu celular em meus bolsos, para checar se ele ainda estava inteiro após aquela briga intensa. Por sorte, ele estava intacto.

Coloquei meus fones no ouvido, e comecei a escutar “Seven Nation Army”, da banda The White Stripes.

Após chegar em casa encontrei Amélia me esperando na parte de fora da casa.

— Por que demorou tanto? — Amélia indagou preocupada.

— Ah, a gente tava numa simulação de incêndio no colégio, por isso demorei, me desculpa. — respondi.

— Sei, sei! — Amélia respondeu desconfiada.

Depois do curto diálogo, fiz todos os meus deveres e quando já estava livre resolvi caminhar um pouco para aliviar o estresse da minha cabeça, inesperadamente encontrei Miles no meio do percurso.

— Bel? O que você tá fazendo nesse fim de mundo? — Miles indagou sorrindo.

— Eu moro nesse fim de mundo. — respondi ironizando e rindo ao mesmo tempo.

— Sério? — Miles perguntou.

— Sim, minha casa fica a poucos metros daqui. — respondi.

— Minha tia também mora por aqui, tô indo na casa dela. Ah e foi bom ter te encontrado, preciso te perguntar algo… — Miles disse enquanto olhava o horário no celular

— Diga. — respondi ao garoto.

— Você vai estar livre amanhã, né? A gente podia sair pra um passeio, sei lá.

- Cara, pior que amanhã eu vou sair com minha irmã, se você quiser você pode vir junto e conhecer ela. — Repliquei.

— Irmã? Eu nem sabia que você tinha uma irmã! — Miles exclamou indignado.

— Pois é, é uma longa história. — respondi.

— Tudo bem cara, pode ser, vai ser onde?

— No Raccon Park, ela vai estar com os amigos dela! — Repliquei.

— Okay, Bel, vou estar esperando vocês na entrada do parque.

— Ótimo! — respondi ao garoto e nos despedimos.

Euforia. Era o que eu sentia naquele momento. Estava feliz por ter finalmente encontrado minha irmã, mas ainda confuso com as coisas relacionadas a gente, a nossa origem, nossos pais, essas coisas não paravam de oscilar na minha mente, e eu precisava me livrar desses pensamentos o mais rápido possível.

Já estava bem distante da minha casa, pensamentos aleatórios invadiam minha mente, tirando minha atenção de tudo ao meu redor. Mas minha paz havia acabado no momento que vi Henry na rua, junto com os mesmos garotos que haviam me segurado, é óbvio que eles me viram e sem pensar duas vezes começaram a me perseguir, minha única reação foi correr o mais rápido que eu podia.

— Caralho, vocês não desistem? - falei enquanto corria sem nenhum rumo.

Meus batimentos cardíacos aceleravam cada vez mais, e distante ouvia Henry gritar:

— Dessa vez sua amiguinha não vai te salvar, e eu vou conseguir terminar o que eu havia começado.

Pelo menos eu tenho algumas pequenas vantagens: ser magro e conseguir correr rápido, mas Henry tem um corpo bastante atlético, afinal ele é o capitão do time de futebol do colégio, ou seja ele estava quase me alcançando.

Não havia outra alternativa a não ser me transformar numa ave. Não faltava muito para ele me alcançar. Fechei meus olhos e me concentrei ao máximo enquanto corria, e deu certo, havia me transformado em um corvo, e fugi daquele local voando o mais rápido que eu podia.

Sei que fiz merda revelando meus poderes, mas não tinha outra escapatória, eu só queria me livrar o mais rápido possível daquele babaca. Após ter a certeza de que havia despistado ele, voltei à minha forma normal.

No meio da calçada encontrei um jornal, algo naquilo havia chamado minha atenção, e era sobre o assassino em série de tempos atrás que estava matando diversas mulheres pelo mundo. Não sabia o porquê, mas aquela notícia me causava uma série de sensações estranhas impossíveis de explicar.

Aquele assassino parecia conectar-se comigo de alguma forma, e eu sentia isso tão forte, principalmente quando escutava sobre ele. Era como se eu o conhecesse.

 Era como se eu o conhecesse

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Frutos do Pecado [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora