Frutos do Pecado [COMPLETA]

42| Dara

- Por que me chamou aqui? - indaguei curiosa.

- Eu também não sei, eu só senti que deveria te chamar! - replicou duvidoso.

De repente, uma fumaça negra envolveu nosso corpo, e um frio exorbitante tomou conta do nosso corpo. O medo invadiu nossos corações, e naquele momento um dos demônios do Yabel apareceu na nossa frente.

- Fechem os olhos, não tenham medo! - uma voz rouca sussurou em nossos ouvidos. A fumaça ficou mais intensa, e não conseguimos ver absolutamente nada. Quando abrimos os olhos, estávamos em um local estranho.

Ao lado do meu irmão, caminhava vagarosamente por um vale de árvores secas. Ruídos estranhos predominavam no local, principalmente gemidos doloridos de seres não identificados, parecia que estavam morrendo aos poucos. A sensação de morte predominava no local, causava-me calafrios. O local estava escuro e sombrio, a atmosfera era fria e assustadora.

Segurei as mãos do garoto ao meu lado. Yabel olhou me confuso, talvez percebendo o medo em meu olhar.

- Seraphina! Seraphina! - aquele nome foi pronunciado duas vezes, dando eco por todo o ambiente, era amedrontador. - Não fuja, você sabe que vai morrer! - a voz grossa exclamou com sede de sangue.

- Yabel, precisamos impedir! - afirmei desesperada.

- Não sabemos nem de onde está vindo! - o garoto replicou, olhando para todos os lados.

Uma fumaça negra tomou conta dos nossos corpos repentinamente, cobrindo nossa visão. Apertei as mãos do garoto com força, o medo tomava conta de mim e meu coração estava pulsando desesperadamente.

- Fica calma, Dara! - Yabel falou delicadamente, envolvendo-me em um abraço. Senti-me uma criança indefesa, naquele momento meu irmão era minha segurança.

A fumaça sumiu, entretanto não estávamos no mesmo lugar. O vale de árvores secas havia desaparecido. Agora estávamos em um local tão claro e bonito. Caminhamos um pouco e parecia que estávamos pisando em nuvens.

De repente escutamos gritos hiperbólicos, corri em direção a eles, curiosa para saber do que se tratavam. Yabel correu atrás de mim, preocupado com a minha atitude.

O lugar era vazio, porém conforme fui correndo em direção ao barulho que havia escutado, observei algumas criaturas diferentes, pareciam anjos. Não tinham rosto, suas vestes eram brancas com mínimos detalhes dourados.

Estamos no céu?

Quando mais eu corria, mais próxima dos gritos eu chegava. E Yabel, atrás de mim, pedia para mim parar de correr, eu não quis o escutar. Minha curiosidade naquele momento foi exorbitante.

Chegando perto do barulho, também escutamos anjos cantando. Aparentemente aquelas criaturas não sentiam nossa presença no local, era como se fossemos invisíveis.