✨ FINALISTA DO WATTYS 2022 ✨
Após uma relação deplorável e pecaminosa entre uma criatura angelical e um demônio, dois frutos totalmente diferentes foram gerados, sendo eles Dara e Yabel. Porém, a atitude depravada dos dois seres totalmente opostos o...
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De qualquer forma, não posso contar aos outros a minha verdadeira descendência.
Meu nome é Yabel, tenho dezessete anos e segundo ''eles'', os demônios com quem eu passo a maior parte do meu tempo conversando, sou fruto de uma relação pecaminosa entre uma criatura angelical e um demônio.
Isso é muito estranho, porém é o que eles contaram para mim e faz sentido, isso explica meus poderes de metamorfose, posso me transformar em qualquer coisa viva, desde um bebê recém-nascido até um velho de 100 anos, posso me transformar em mulheres também, além disso eu me transformo em animais, desde uma pequena formiga, até uma baleia azul.
Minha vida é bem difícil, eu tinha poucos dias de vida quando fui trocado de família, sendo adotado por uma senhora simpática e carinhosa chamada Amélia e um velho ranzinza e nojento chamado Edward, que sempre está consumindo excessivamente bebidas alcoólicas.
Confesso que odeio morar com eles, ambos vivem brigando e esse desgraçado sempre tenta me agredir sem motivo algum, ele me odeia profundamente. Edward ficou assim após ter criado uma banda de rock com seus amigos e não ter feito nenhum sucesso, eles tiveram muitos conflitos e a banda se separou, aquela banda inútil não durou nem oito meses. Sempre vejo Edward pela casa bebendo whisky e cantando músicas ridículas e sem graça da banda dele.
Sério, eu queria ser surdo.
Eu estudo em View Valley Academy, um colégio em Brighton, na Inglaterra. É um colégio legal, entretanto, como todo adolescente “estranho” eu sofro bullying, algo que me causa muito ódio. Não tenho amigos, afinal, todos os alunos sentem nojo de mim. Por este motivo, minhas únicas companhias são meus demônios.
Além de tudo, odeio minha rotina. Sempre acordo cedo para ir para aquele colégio ridículo. E sempre vou caminhando, pois o local é relativamente perto da minha casa. Todos os dias, quando chego no colégio, caminho direto para a minha sala, fico fazendo rabiscos sem sentido em meu caderno até que as aulas comecem. Nos intervalos, fico sozinho, apenas com meus próprios demônios, mas é sempre melhor do que nada. O resto dos alunos ficam rindo, pois acham que converso sozinho, e sendo sincero, eu nem me importo com esses seres ridículos. São apenas humanos soberbos, maltratando pessoas indefesas para sentirem-se superiores. Na saída, caminhei direto para a minha casa, aliás, eu não aguentava mais aquele lugar, cheio de hipócritas.
Entretanto, para piorar o meu dia, quando cheguei em casa, logo avistei Edward, agredindo minha mãe. Eu juro, já tentei separar eles. Porém, uma vez apanhei daquele idiota até não querer mais e por este motivo, não me envolvo nas brigas. E minha mãe também prefere assim.
Deito na minha cama e fico ouvindo músicas, até que a porta se abre, e a minha mãe entra no meu quarto, andando em minha direção, limpando as lágrimas dos seus olhos e passando a mão nos fios do meu cabelo, em seguida ela olha pra mim, tira meus fones de ouvido e fala delicadamente:
— Você não vai querer comer hoje meu filho? O almoço está pronto!
— Estou sem apetite, sai e fecha a porta — respondo de uma forma seca e fria, odeio esse jeitinho carinhoso dela, me causa enjoo.
Então, volto a escutar minhas músicas até pegar no sono, até que aconteceu algo que me atormentou, um pesadelo muito diferente dos outros que eu já tive. Imagens sem sentido apareciam repentinamente e vozes me perturbavam, escutava diversas vezes os nomes: Seraphina, Astaroth e Dara.
No pesadelo eu estava em um lugar deserto que me causava agonia, não havia ninguém lá, até que eu avistei uma garota loira que eu nunca havia visto na minha vida, ela tentou se aproximar de mim e a única reação que eu tive foi em me transformar em uma cobra e sufocá-la o mais forte possível. Acordei desesperado e suando frio e questionei a mim mesmo: O que era tudo aquilo?
Levanto-me da cama completamente assustado com o pesadelo horrível que tive e me dirijo até a cozinha preparar um lanche, vejo meu pai assistindo futebol americano e enchendo a cara de cerveja.
Preparo um pão com ovo e bebo o suco de laranja que tinha sobrado do almoço. Já eram oito horas da noite, eu realmente havia dormido demais. Mas não era um problema, eu preferia dormir.
Todavia, aquele sonho e aqueles nomes continuavam ecoando na minha cabeça, me fazendo desistir de comer aquela porcaria que havia preparado e indo tomar um banho.
Não adiantou. Assim que eu fechei meus olhos para passar o shampoo em meus cabelos, aquilo tudo invadiu minha mente novamente, me fazendo sentir uma raiva incalculável.
Depois de ter tomado banho, retornei para meu quarto, e de novo escutei os gritos de minha mãe e do meu pai. Sim, eles estavam brigando.
E mais uma vez, coloquei meus fones de ouvido e comecei a ouvir minha playlist de rock no volume máximo, isso é a única coisa no mundo que me faz bem. Dormi novamente.
E, mais uma vez, o mesmo pesadelo com as mesmas imagens voltou a me incomodar. Eu sabia que tudo aquilo era um pesadelo e por mais que eu tentasse acordar daquela agonizante sessão de imagens sem sentido e vozes atordoantes, eu não conseguia, até que finalmente aquilo acabou e eu acordei desesperado.
Eu me questionava sobre tudo aquilo que estava havendo. Eu não sabia o porquê daquele pesadelo repetitivo estar me incomodando logo agora, e eu fiquei muito curioso para descobrir o significado de tudo que eu tinha presenciado. Era impossível dormir novamente, então fiquei conversando com meus demônios até amanhecer.
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