47| Yabel

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Na manhã seguinte, acordei com os raios de sol invadindo o ambiente do meu quarto, apesar de eu não ter dormido muito, acordei disposto

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Na manhã seguinte, acordei com os raios de sol invadindo o ambiente do meu quarto, apesar de eu não ter dormido muito, acordei disposto. Não estava cansado, apenas preocupado com tudo que estava acontecendo na minha vida.

É engraçado como nossas vidas podem mudar de repente.

Em um dia estamos andando sozinhos pelos cantos do colégio, com medo das pessoas ao nosso redor. E no outro dia estamos rodeado de amigos, e com muitas preocupações.

Houve uma revolução na minha vida. Algo totalmente inesperado, mas que me deixou muito alegre. Antes viver não tinha sentido, tudo era escuro e sem vida. Então tudo passou a ficar colorido e vivo, como se eu fosse uma nova pessoa, como se meu corpo tivesse resucitado.

Desloquei-me até o colégio, certo que meu dia seria ótimo. No caminho, encontrei com Miles, desde que começamos a namorar, nos encontrávamos todos os dias no mesmo lugar, para irmos juntos ao colégio.

O garoto beijou-me lentamente, seus lábios eram doces e me faziam delirar. Eu não sei em qual momento da vida tornei-me um menino com o coração frágil. O Miles sempre me deixa delicado e carinhoso, eu nunca gostei de contato humano, não sei o que aconteceu comigo. O amor muda as pessoas.

— Você está sempre lindo, amor! — Miles sorriu. Aquele maldito sorriso sempre alegreva meus dias. O elogio me deixou envergonhado, tanto que senti meu rosto queimar. — Não precisa ficar com vergonha! — O garoto riu e bagunçou meus cabelos.

— Idiota. — brinquei, bagunçando os cabelos dele em seguida.

Continuamos nosso caminho para o colégio, compartilhando um fone de ouvido, e escutando "Trouble" do Cage the Elephant. Nossas mãos estavam entrelaçadas, parecíamos um casal de algum filme clichê. E na verdade, eu estava adorando.

— Bom dia, meninos. — Dylan chegou de repente, com uma animação que não era dele.

— Eita, o que houve pra você estar tão animado em plena segunda-feira? — Miles indagou desconfiado.

— Um garota disse que quer ficar comigo! — Dylan replicou sorridente.

— Quem quer ficar com você? — Marcus chegou e entrou no meio da conversa.

— Bom dia pra você também, Marcus. — pronunciei rindo.

— O nome dela é Jane. — Dylas exprimiu.

— Tá de brincadeira? É a Jane da turma A? — Miles perguntou.

— Exatamente. — Dylan redarguiu alegre.

— Mas ela não é a ex namorada do Gabriel? — Marcus questionou sério.

— Sim, é! — Miles replicou rapidamente.

— Espera, isso é sério? — Dylan indagou desanimado

— Que eu saiba, Gabriel ainda gosta dela... — Marcus anuiu confuso.

— Gosta mesmo? Então por qual motivo ele estava dando em cima da minha irmã? — perguntei com curiosidade. Eu reparei a forma que ele estava olhando para Dara naquele restaurante italiano.

— Talvez queira esquecer a Jane! — Miles exclamou apoiou-se em meu ombro direito.

— Deveria falar com ele, Dylan. — Marcus aconselhou.

— Eu vou pensar nisso. — Dylan respondeu sem graça. — Aliás, Yabel, Gabriel não foi o único que ficou encarando sua irmã o tempo todo... — O loiro olhou de canto para Marcus, sorriso maliciosamente.

— Todos ficaram! — repliquei impaciente. E era verdade. — Principalmente você, Dylan.

— E-eu não. — gaguejou tentando disfarçar.

— Só que vocês que não perceberam que ela estava de olho no Marcus, né? — Miles olhou para cada um de nós, reparando em nossas expressões confusas.

— Deve ser coisa da sua cabeça, Miles! — Marcus afirmou, tentando disfarçar.

De repente, em meio aquela conversa, lembrei-me que tinha que contar sobre minha conversa com a Dara, mesmo sabendo que nenhum dos garotos ao meu redor acreditaria. Eu tinha que tentar. Aliás, eu precisaria da ajuda deles, se fôssemos para o Vaticano. Tudo dependia da decisão da Dara, e eu precisava saber da escolha dela o mais rápido possível.

— Amor? Está tudo bem? — Miles indagou, tirando-me dos meus devaneios e pensamentos aleatórios.

— Está sim! — e foi tudo que eu respondi, antes de adentrarmos as instalações do colégio.

Cada um tomou seu rumo para suas respectivas salas, enquanto eu e Miles caminhávamos até o elevador resolvi perguntar para Miles algo que estava me sufocando.

— Amor, se sua mãe estivesse em perigo você salvaria ela? — Perguntei receoso.

— Quê? Lógico amor! A minha mãezinha é tudo pra mim. — Miles respondeu enquanto apertava o botão do elevador. — Por falar nisso, eu estava pensando e acho que já está mais que na hora de te apresentar para meus pais amorzinho. — Miles anuiu olhando nos meus olhos e sorrindo.

— Q-que? Mas já? V-você não acha que está muito cedo pra isso? E se e-eles não gostarem de mim, ou até pior não deixarem a gente namorar por causa da sua sexualidade? — Indaguei nervoso e tímido.

— Calma amor, relaxa, bom a gente já está a bastante tempo juntos, eu quero ter algo realmente sério com você, eu quero você até o resto da minha vida, e meus pais com certeza vão aprovar meu relacionamento com você, eles já sabem que eu sou gay, e por incrível que pareça quando eu contei eles levaram numa boa. — Miles respondeu.

— Então tá né, a gente pode sim, agora não sei se meus pais vão concordar com isso amor. — Exprimi.

— Eles não sabem que você é gay? — Miles indagou enquanto saiámos de dentro do elevador.

— Não, mas relaxa eu vou contar para eles sobre isso. — Respondi sorrindo para Miles.

— Tudo bem, vamos para sala então. — Miles disse, pegando novamente em minha mão.

Naquele momento a ansiedade estava tomando conta de mim, e eu odeio ser ansioso, o que eu mais queria era a resposta de Dara naquele momento, aquela demora estava me torturando, não só a ansiedade mas o medo de contar sobre a minha mãe para os meus amigos também era presente. Sentamos em nossos lugares e logo a professora de Artes chegou para dar início a aula.

 Sentamos em nossos lugares e logo a professora de Artes chegou para dar início a aula

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