E P Í L O G O

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O tempo excede diversos limites

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O tempo excede diversos limites. Valores, ações e pensamentos. Os ponteiros do relógio giram o dia todo, os segundos passam, os minutos passam, as horas passam, os dias passam, os meses passam, os anos passam.

O tempo é uma incógnita indecifrável, complexa e mutável. O relógio expõe apenas os números, mas nós sabemos que o tempo vai além de simples números. Vai além de minutos e horas. O tempo excede os limites do pensamento humano. Ele é feito de sorrisos e lágrimas, dores e felicidades, machucados e cicatrizes, vida e morte. Ele é feito de momentos, sejam bons ou ruins. O tempo pode ser um ópio, um completo ciclo vicioso, se for julgado como monótono.

E às vezes as coisas não saem como esperado, não saem conforme o tempo. Mas nada nesse mundo é perfeito. Nesse mundo tão cinza, as pessoas precisam de algo para acreditar, precisam de algo que as motive a continuar caminhando.

E existe apenas um ser perfeito em todo o universo, mas esse ser pode ser relativo. Tudo é relativo.

Dara, por muito tempo, acreditou que criaturas perfeitas não existissem. Acreditou nisso até que presenciou a imagem de um anjo. O anjo que a salvou da morte.

Yabel nunca acreditou na perfeição. Ele tinha suas dúvidas, tinha seus questionamentos. Porém, quando apaixonou-se por Miles, julgou o amor como um sentimento perfeito.

Entretanto, tudo que é bom não dura muito tempo.

Após a trágica morte de Miles Bechamel, e da morte satisfatória de Astaroth Rogers, tudo mudou. Sentimentos mudaram, assim como pensamentos.

Dara e Yabel retornaram para suas respectivas famílias adotivas, e todos estavam preocupados com o sumiço repentino daqueles jovens. Alexei, que morava na Rússia, ao escutar notícias sobre uma jovem desaparecida, viajou imediatamente para a Inglaterra, mas antes, divorciou-se da esposa doentia, Yelena.

Amélia, mãe adotiva de Yabel, ficou tão preocupada que nem conseguia dormir. Edward brigava com ela, e não se importava com o sumiço de Yabel, na verdade ele estava alegre. Porém, a mãe adotiva de Yabel não aguentou mais, e decidiu divorciar-se daquele homem desprezível.

Quando os jovens chegaram em Brighton, foram levados para a delegacia, onde seus respectivos familiares aguardavam ansiosamente pelo seu retorno. Dara ficou surpresa ao avistar seu pai adotivo naquele ambiente, mas não questionou, apenas aproveitou e explicou tudo para o homem.

Dara e Yabel explicaram juntos para Amélia e Alexei o que havia acontecido, óbvio que ocultaram muitas coisas, mas não importava. Nada importava muito naquele momento.

— Querem viver com a mãe biológica de vocês, correto? — Amélia perguntou, mas com certeza já sabia da resposta.

— Nós queremos, mas isso não significa que vamos deixá-los, ainda iremos querer vê-los e visitá-los. — Yabel respondeu. E era a resposta que Alexei e Amélia esperavam. Era uma resposta válida, e eles aceitaram a decisão dos irmãos.

— Sendo assim, irei morar em Brighton também, assim posso te ajudar, filha, principalmente com a faculdade. — Alexei falou para Dara, e era exatamente isso que ela queria. Ela queria o pai por perto.

Yabel, ao descobrir que sua mãe adotiva havia se divorciado do pai doentio, ficou satisfeito. Ficou feliz por ela. Fazia anos que ela sofria naquele relacionamento abusivo, e ele não aguentava mais vê-la sofrer.

Uma semana depois do ocorrido, Dara, Yabel e Seraphina já estavam morando juntos. Yabel passava a maior parte do dia em seu quarto chorando, lembrando do seu namorado.

Dara não tinha emoções. Nem feliz, nem triste, apenas seguindo em frente, ou tentando seguir. E ela tentava consolar o irmão às vezes, tentava fazê-lo sorrir, mas era impossível.

Yabel precisava de tempo.

Dara precisava de tempo.

Todos precisavam de tempo.

Questionamentos infindáveis surgiam na mente daqueles irmãos.

Será que Deus havia feito certo ao mandá-los para a Terra? Será que fez certo ao separar os dois? Será que fez certo ao retirar as memórias da Seraphina?

Ambos aprenderam muito com toda essa jornada, e ainda precisam aprender muitas coisas juntos, como uma família.

Tiveram diversas provas de amizade, empatia, amor, carinho, coragem e força. Lutaram juntos, sem soltar a mão de ninguém, sem deixar ninguém cair. Eles estavam unidos, e isso os tornava fortes.

Aliás, a amizade é um laço forte e verdadeiro, um laço quase inquebrável, um laço mútuo, repleto de companheirismo e união.

Aprenderam que o amor de irmãos é algo extremamente poderoso, e que precisavam estar juntos, pois um sustentava o outro. Desde o reencontro, eles nunca mais soltaram as mãos, nunca deixaram nada abalar a relação deles. Houveram desavenças, mas sempre existem, nada pode ser perfeito. Os irmãos brigam, mas no fim estão sempre unidos.

E mesmo com tantas feridas, externas e internas, eles continuaram lutando, com intuito de vencer, mesmo que tenha custado algumas mortes.

E a morte de Miles não foi o fim, muito menos a morte de Astaroth.

Nunca é o fim. Há um ciclo de começos e recomeços, e talvez esse seja o ciclo de recomeço para Dara, Yabel e Seraphina.




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