Capítulo 35

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Hermione voltou para dentro do castelo, bem a tempo da aula do professor Lockhart.

Quando a classe inteira se sentou, Lockhart pigarreou alto e fez-se silêncio. Ele esticou o braço, apanhou um exemplar de Viagens com Trasgos, de cima da mesa de Neville Longbottom e ergueu-o, para mostrar a própria foto na capa, piscando um olho.

—Eu. — disse ele, apontando para foto e piscando também. — Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa Contra as Artes das Trevas e vencedor do prêmio Sorriso mais Atraente da revista Seminário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela.

Ficou esperando que sorrissem, mas alguns poucos deram sorrisinhos amarelos.

—Vejo que todos compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começar hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês leram os livros com atenção, o quanto assimilaram.

Depois de distribuir os testes ele voltou à frente da classe e falou:

—Vocês tem trinta minutos... começar, agora!

Hermione olhou para o teste e leu:

1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?
2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?
3. Qual é, na sua opinião, a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?

E as perguntas continuavam, ocupando três páginas, até a última:

54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?

Uma terapia, foi o que Hermione pensou. E logo em seguida começou a responder as perguntas do teste. Na verdade, quando o professor Lockhart disse que seria feito um teste, ela pensou em algo mais didático, algo sobre os lobisomens, ou sobre os zumbis, ou os agouros. E talvez ainda estivesse em tempo de concordar com Malfoy que o professor era, de fato, um pouco bocó.

Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.

—Quase ninguém lembrou que minha cor favorita é lilás... — ele comentou, parecendo decepcionado. — Digo isso no Um Ano com o Iéti. E alguns de vocês precisam ler Passeios com Lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden!

E deu outra piscadela travessa para os alunos. Rony fitava Lockhart com uma expressão de incredulidade no rosto; Simas e Dino, que estavam sentados à frente, sacudiam-se de riso silencioso. Hermione tentava manter a face interessada, e Harry estava escondido atrás de uma pilha de livros.

—...mas a senhorita Hermione Granger — disse ele, puxando a atenção de Hermione de volta. — sabia que minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade — ele virou o teste — ela acertou tudo! Onde está a senhorita Hermione Granger?

Hermione levantou a mão.

—Excelente! — disse o sorridente Lockhart. — Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória!

Ao final da aula, Hermione juntava suas coisas para sair, quando os garotos pararam à frente da sua mesa.

—Que é que você estava fazendo com Malfoy? — perguntou Rony cruzando os braços.

Hermione sentiu o estômago afundar.

—Eu? Nada! — se apressou a dizer, e saiu da sala.

—Anda, logo, Hermione. — Rony puxou-a pelo capuz da capa, já no corredor.

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