Capítulo 3

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Hermione e Neville seguiram pelo trem, procurando pelo sapo.

Ela observou pela janela que os campos que passavam agora estavam ficando mais silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios serpeantes e morros verde escuro.

Entraram em uma cabine.

—Alguém viu um sapo? Neville perdeu o dele.

—Ele ja esteve aqui antes e já dissemos a ele que não vimos o sapo. — respondeu o garoto ruivo, um pouco ríspido. Hermione o reconheceu como o filho mais novo de Molly Weasley, o que seria de sua turma. Ela reparou então que ele estava com uma varinha em mãos.

Até o presente momento, ela sabia que era uma bruxa, sabia da existência de outras bruxas e tinha visto coisas extraordinárias que jamais havia visto antes, mas nunca tinha visto, de fato, alguém lançar um feitiço com uma varinha.

—Você está fazendo mágicas? Quero ver.

Ela sentou-se no banco da frente. O garoto pareceu desconcertado.

—Hum... Está bem.

Pigarreou.

—Sol, margaridas, amarelo maduro. Muda para amarelo esse rato velho e burro. 

Ele agitou a varinha, mas nada aconteceu. O rato que ele segurava em sua mão continuava sendo cinzento e feio. E continuava completamente adormecido.

—Você tem certeza que este feitiço está certo? — perguntou para o garoto. —Bem, não é muito bom, não é? Experimentei alguns feitiços simples só para praticar e deram certo. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro. Espero que seja suficiente. Aliás, sou Hermione Granger. E vocês? Quem são? — perguntou, já sabendo o nome do primeiro. Eles se entreolharam.

—Sou Rony Weasley. — disse o ruivo.

—Harry Potter. — disse o moreno.

—Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes da trevas e em Grandes acontecimentos mágicos do século XX.

—Estou? — perguntou, parecendo confuso.

—Nossa, você não sabia? — Hermione espantou-se. — Eu teria procurado saber de tudo o que pudesse se fosse comigo. Em todo caso, acho melhor voltar a procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês se trocarem, vamos chegar daqui a pouco.

Hermione voltou para a cabine que estava com Malfoy pouco tempo depois.

—Acabei de conhecer Harry Potter, e ele aparentemente fez amizade com a pessoa mais mau humorada da face da Terra. — disse despreocupada, abrindo mais um pacote de tortinha de abóbora, sem perceber que Malfoy agora prestava atenção total nela, com os olhos arregalados. Harry Potter, o menino que sobreviveu, estava nesse trem.

—Harry Potter? — ele perguntou, só para confirmar.

—Sim. E Rony Weasley. E eles foram um pouco grosseiros comigo... — disse, largando os ombros, imaginando se nessa nova escola as pessoas a tratariam da mesma forma como a tratavam na escola antiga. —Será que falei algo errado? — ela ergueu os olhos brilhantes para Malfoy, que agora estava de pé.

Ele sentiu sou corpo esquentar, e seu coração derreter, e não conseguia compreender o que era aquilo que sentia ou por que. Mas ficou com dó de Hermione, e ela parecia prestes a chorar.

—Tenho certeza que não falou nada demais. — ele se ajoelhou ao lado dela e segurou sua mão. —É a companhia mais agradável que tive nos últimos tempos. — disse ele, com carinho, mesmo nessas palavras sendo tão amargas, pois eram a mais absoluta verdade. —Aposto como esse tal Harry Potter está é se achando, vai ver a fama subiu para a cabeça. — disse ele, começando a sentir raiva. Então Harry Potter achava que podia maltratar as pessoas? Ele ia ver só! — Granger, vou por o uniforme e já volto, está bem?

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