Love spell

Capítulo 36

A varinha partida ao meio de Rony não ajudava muito na hora de lançar feitiços. O feitiço saiu pela ponta de trás da varinha, e ele foi lançado contra a grama. Num estante, estava vomitando lesmas. 

—Vamos leva-lo para a cabana do Hagrid. É mais perto! — disse Harry, se apressando até Rony. Hermione correu até lá e ajudou o garoto a levantar, puxando-o pelos braços. E eles foram arrastando o garoto pelo pátio. 

Ele estava tão pálido que sua pele parecia cinza, e não parava de vomitar lesmas. 

—Vamos, Rony. — disse Hermione, ainda servindo de apoio para o amigo, e Harry do outro lado. — Estamos quase chegando à cabana de Hagrid. 

Chegaram lá e bateram na porta apressados. Hagrid abriu a porta logo depois. 

—Estive pensando quando é que vocês iriam vir me visitar outra vez. Entrem, entrem. 

Harry e Hermione ajudaram Rony a entrar na cabana.

Hagrid não pareceu perturbado com o problema de lesmas do Rony, que Harry explicou em poucas palavras enquanto abaixava o amigo em uma cadeira. 

—Melhor para fora do que para dentro. — disse Hagrid animado. — Vamos, ponha todas para fora, Rony. — disse ele, ao largar uma enorme bacia de cobre na frente do menino. 

—Acho que não há nada a fazer exceto esperar que a coisa passe — disse Hermione ansiosa, observando Rony se debruçar sobre a bacia. — É um feitiço difícil de fazer com condições ideais, ainda mais com uma varinha quebrada... 

Hagrid ocupou-se pela cabana preparando chá para os três. Seu cão de caçar javalis, Canino, fazia festas à Harry, sujando-o todo. 

—Agora contem-me — disse de repente— quem é que ele estava tentando enfeitiçar? 

—Malfoy chamou Hermione de alguma coisa. Deve ter sido muito ruim por que todo mundo ficou furioso. — respondeu Harry. Hermione se remexeu inquieta na cadeira. 

—Foi ruim. — disse Rony, rouco, erguendo-se, lívido e suado, até a superfíce da mesa. — Malfoy chamou a Mione de sangue-ruim, Hagrid. 

Rony tornou a sumir de baixo da mesa e um novo jorro de lesmas caiu. Hagrid pareceu indignado. 

—Ele não fez isso! 

Hermione estava terrivelmente arrependida de ter pedido para Malfoy fazer isso. E de ter insistido quando ele se negou. 

—Fez sim. — ela confirmou. — Mas eu não sei o que significa. Percebi que era um grosseria muito grande, é claro... 

—É praticamente a coisa mais ofensiva que ele podia dizer. — ofegou Rony, voltando. — Sangue-ruim é o pior nome para alguém que nasceu trouxa, sabe, que não tem pais bruxos. É que algumas famílias, como a de Malfoy, se acham melhores do que as outras só por que são chamados de sangue puros, que são as família totalmente bruxas. Mas nós sabemos que isso não quer dizer nada. Veja Neville, tem sangue puro e não consegue sequer deixar um caldeirão de pé do jeito certo. 

—E ainda não inventaram um feitiço que a nossa Mione não saiba fazer. — disse Hagrid, orgulhoso, fazendo Hermione ficar púrpura de tão corada. 

—E é uma coisa revoltande chamar alguém de... — começou Rony, enxugando a testa suada com a mão trêmula. — sangue sujo, sabe. Sangue comum. É ridículo. A maioria dos bruxos hoje em dia é mestiça. 

Ele teve uma ânsia de vômito e voltou a desaparecer de vista. 

—Bem, não posso censura-lo por querer enfeitiçar Malfoy. — disse Hagrid. — Mas talvez tenha sido bom sua varinha ter errado. Acho que Lúcio Malfoy viria na mesma hora à escola se você tivesse enfeitiçado o filho dele. Pelo menos você não se meteu em apuros.