Capítulo 27

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No futuro, Hermione nunca conseguiria lembrar muito bem como conseguiu prestar seus exames enquanto esperava Voldemort irromper a qualquer instante pela porta. Contudo, os dias foram passando, e não restavam dúvidas de que Fofo continuava vivo e bem seguro atrás daquela porta trancada. 

Fazia um calor de rachar, principalmente na sala das provas escritas. Os alunos tinham recebido penas novas e especiais para faze-las, previamente encantadas com feitiço anti-cola. 

Houve exames práticos também. O professor Flitwick os chamou à sala de aula, um a um para verificar se conseguiam fazer um abacaxi sapatear na mesa. A professora Minerva observou-os transformar um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes. Snape deixou-os nervoso, bafejando em seu pescoço enquanto tentavam se lembrar como fazer uma poção do esquecimento. 

Hermione fez o melhor que pôde, tentando ignorar as mil e uma teorias que surgiam na sua cabeça a cada instante, que a faziam ficar vigiando a porta e as janelas, sem dúvida esperando por algo que não passaria por lá. 

O último exame foi o de História da Magia. Uma hora respondendo à pergunta sobre velhos bruxos gagás, que inventaram caldeirões auto-mexíveis e estariam livres, livres por uma semana maravilhosa até saírem os resultados dos exames. 

Quando o fantasma do professor Bins mandou eles pararem de escrever e descansarem as penas, Hermione não pode deixar de soltar um suspiro aliviado. 

—Foi muito mais fácil do que pensei. — comentou ela, quando eles se reuniram aos numerosos  alunos que saíam para os jardins ensolarados. — Eu nem precisava ter aprendido o Código de Conduta do Lobisomem de 1637 nem a revolta de Elfric, o Ambicioso. 

Hermione sempre gostava de repassar as provas depois, mas Rony disse que isso o fazia sentir mal. Assim, caminharam até o lago e se sentaram à sombra de uma árvore. Os gêmeos Weasley e Lino Jordan faziam cócegas nos tentáculos de uma lula gigantesca, que tomava sol na água mais rasa. 

—Acabaram-se as revisões. — suspirou Rony cotente, esticando-se na grama. — Você podia fazer uma cara mais alegre, Harry, temos uma semana inteira até descobrir se nos demos mal, não precisa se preocupar agora. 

Harry esfregava a testa. 

—Eu gostaria de saber o que significa isso! — explodiu aborrecido. — Minha cicatriz não para de doer. Já senti isso antes, mas nunca com tanta frequência. 

—Procure Madame Pomfrey. — sugeriu Hermione. 

—Eu não estou doente. — Harry respondeu. — Acho que é um aviso... Significa que o perigo está se aproximando. 

Rony não conseguiu se preocupar, estava quente demais. 

—Harry, relaxe. — disse Hermione, no entanto. —Rony tem razão. A Pedra está segura enquanto Dumbledore estiver por aqui. — ela disse, tentando acalmar o amigo, embora acreditasse no oposto contrário, por que a imagem daquela coisa emcapuzada com sangue escorrendo pelo peito não saía de sua cabeça. — Em todo caso, nunca encontramos uma prova de que Snape tenha descoberto como passar por Fofo. Ele quase teve a perna arrancada uma vez, não vai tentar outra tão cedo. 

—E Neville vai jogar quadribol na equipe da Inglaterra antes que Hagrid traia Dumbledore. — pontuou Rony, e Hermione concordou com a cabeça. 

Mas ela simplesmente não conseguia deixar de lado a sensação que estava deixando alguma coisa passar, e tinha certeza que não tinha a ver com os exames. Hermione acompanhou com os olhos uma coruja planar pelo pátio. 

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