Capítulo 24

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Harry e Hermione concordaram que era tarde demais para mudar os planos.

—Não temos mais tempo para mandar outra coruja a Carlinhos e essa pode ser a nossa única oportunidade de nos livrarmos de Norberto. E temos a capa da invisibilidade, e Malfoy não sabe disso.

Hermione bufou em concordância. Estava chegando à uma exaustão mental indescritível. Nunca, em mil anos, ela imaginaria ter que contrabandear um dragão.

Eles encontraram Canino, o cão de caçar javalis, sentado do lado de fora da cabana com a cauda enfaixada, quando foram contar sobra carta de Carlinhos a Hagrid, que veio falar com eles pela janela.

—Não vou deixar vocês entrarem. — ofegou. — Norberto está passando por uma fase difícil, nada que eu não posso cuidar sozinho.

O bebê bateu com o rabo na parede, fazendo a cabana inteira estremecer. Harry e Hermione voltaram para o castelo pensando que talvez o sábado não chegasse rápido o bastante.

♦♦♦

Eles teriam sentido pena de Hagrid quando chegou a hora de dizer adeus a Norberto, se não estivessem tão preocupados com o que tinham que fazer. Era uma noite escura e anuviada, e Hagrid falava sem parar recomendações de como tratar Norberto.

Ele aprontara Norberto embalando-o em um grande caixote.

—Pus muitos ratos e um pouco de conhaque para a viagem. — disse Hagrid com a voz abafada. — E embalei junto um ursinho de pelúcia, para o caso de ele se sentir solitário.

De dentro do caixote vinha um ruído de pano rasgado, que pareceu a Hermione ser o dragão arrancando a cabeça do ursinho.

—Até a vista, Norberto! — soluçou Hagrid quando Harry e Hermione cobriram o caixote com a capa da invisibilidade e entraram de baixo dela. — Mamãe nunca vai esquecer você.

Como foi que os dois conseguiram arrastar o caixote para o castelo eles nunca souberam. Talvez estivessem muito motivados pela ansiedade de se livrar de Norberto.

—Estamos quase lá! — ofegou Harry quando chegaram ao corredor sob a torre mais alta.

Então um movimento brusco à frente deles quase fez com que quase deixassem cair o caixote. Esquecendo-se que estavam invisíveis, se recolheram às sombras, espiando os contornos escuros de duas pessoas, quando uma lâmpada se acendeu.

A professora Minerva, num robe de lã escocesa e rede no cabelo olhava furiosa para Malfoy.

—Está detido! — gritou. — E são vinte pontos a menos para a Sonserina! Perambulando no meio da noite, como você se atreve...

—A senhora não entende, professora. Harry Potter vem vindo aí, e ele vem trazendo um dragão!

Hermione quase engasgou com essas palavras, como se fosse uma bola de tênis sendo enfiada para dentro de sua garganta. Ele a havia traído.

—Que absurdo! Como você se atreve a contar tais mentiras? Vamos: vou conversar com Professor Snape sobre você!

E enquanto ficaram parados no mesmo lugar mais alguns minutos, esperando para ver se ela não voltaria, Hermione sentiu um misto de sensações.

Malfoy tinha prometido não dedura-la. E isso a feriu gravemente. Mas também, não queria que o garoto se encrencasse, e não gostou nem um pouco de ver o rosto assustado do menino quando foi pego pra professora.

A íngreme escada em espiral até o alto da torre pareceu a coisa mais fácil do mundo depois disso. Somente quando saíram para o ar frio da noite foi que se livraram da capa.

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