Capítulo 37

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No dia seguinte, no café da manhã, Rony reclamava de sua detenção.

—E então Filch me fez polir catorze vezes a mesma taça! — falou com indignação.

—A minha noite foi um pesadelo. — disse Harry. — Mas aconteceu algo muito estranho.

—O que? — Hermione perguntou, começando a prestar mais atenção, e abaixando seu livro.

—Eu ouvi uma voz, muito estranha. dizia venha... venha para mim... me deixe rasga-lo... me deixe rompe-lo... me deixe mata-lo...

Hermione sentiu um arrepio.

—E quem disse isso?

—Eu não sei. — ele se apoiou com os cotovelos na mesa. — Lockhart não escutou. Mas eu ouvi muito claramente.

—Lockhart não estava ouvindo nada? — perguntou Rony. — Será que ele estava mentindo? Mas mesmo se fosse alguém invisível, teria que abrir a porta.

—Eu sei... Eu não também não entendo. — ele respondeu, encerrando o assunto.

Naquela tarde, quando Hermione foi até a torre encontrar com Malfoy, ele não trazia um doce nas mãos, mas outra coisa.

—Eu trouxe para você... Vi no pátio e pensei que pudesse gostar.

E estendeu para Hermione uma minúscula margarida. Hermione não conseguiu conter um sorriso, que iluminou todo o seu rosto.

—Obrigada, Malfoy. Eu adorei. — ela respondeu, com os olhos brilhando. O garoto sorriu.

—Malfoy? Achei que já tínhamos passado essa fase. — Hermione tombou um pouco a cabeça para o lado.

—Draco. Eu adorei a florzinha. — ela disse e abriu um pouco mais o sorriso. — Draco.

Ele balançou a cabeça, sorrindo também, e se aproximou da grade de proteção para olhar a paisagem.

—Eu adoro quando você diz meu nome. — ele disse, de costas para Hermione.

E Hermione achou bom que ele estivesse de costas, por que assim não veria que ela estava mais vermelha que os cabelos de Rony nesse momento.

Ela só não sabia que ele estava de costas para ela pelo mesmo motivo. Vinha se preparando o dia inteiro para dizer essa frase, ensaiando-a. E mesmo assim, quando finalmente disse, sentiu calor irradiar de todo seu corpo.

Outubro chegou, espalhando, pelos jardins, uma friagem úmida que entrava pelo castelo. Madame Pomfrey, a enfermeira, esteve muito ocupada com uma repentina onda de gripe entre professores, funcionários e alunos. Sua poção reanimadora fazia efeito instantâneo, embora deixasse quem a bebia fumegando pelas orelhas por várias horas.

Gina Weasley, que andava pálida, foi intimada por Percy a tomar a poção. A fumaça saindo por baixo de seus cabelos muito vivos dava a impressão de que a cabeça inteira estava em chamas.

Gotas de chuva do tamanho de balas de revólver fustigavam as janelas do castelo durante dias seguidos; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento, as abóboras de Hagrid ficaram do tamanho de um barraco.

Por algum motivo, Olívio Wood continuava treinando normalmente, e enquanto Harry estava no lado de fora, voando na chuva, Hermione ficava lendo, e Rony jogando xadrez de bruxo com Dino na sala comunal.

—Uma festa de aniversário de morte? — perguntou Hermione sem muito interesse, quando Harry trocou de roupa e foi se reunir a ela e Rony na sala comunal. —Aposto que não existe muita gente viva que possa dizer que foi a uma festa dessas. Vai ser fascinante!

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