Capítulo 42

1K 98 11
                                    


Harry bateu no chão, levantando lama, e rolou para o lado para desmontar da vassoura. Seu braço estava pendurado num ângulo muito estranho. Varado de dor, ele ouviu muitos assovios e gritos. Focalizou o pomo seguro na mão boa. 

—Aha. — disse vagamente. —Ganhamos.

E desmaiou. 

Rony e Hermione trataram de descer correndo as arquibancadas, aos escorregões e tropeços, até chegar em Harry. A chuva ainda caía forte quando Harry voltou a si. 

—Ah, não. O senhor não... — gemeu Harry, vendo Lockhart debruçado sobre ele. 

—Ele não sabe o que está dizendo. — falou Lockhart em voz alta para o ajuntamento de gente à volta. —Não se preocupe, Harry, já vou endireitar o seu braço. 

—Não! — Harry exclamou. — Ficarei bem assim, obrigado. 

Harry tentou se levantar, mas uma dor lancinante percorreu seu braço, fazendo-o tombar para trás novamente. 

—Deite-se, Harry. — disse Lockhart. —É um feitiço muito simples, já usei muitas vezes. 

—Não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? — perguntou Harry, descontente. 

—Ele devia mesmo, professor. — interviu Hermione, no meio daquela montoeira de gente. 

—Posso leva-lo. — disse Olívio Wood, sem deixar de sorrir mesmo vendo seu apanhador estirado no chão. — Grande captura, Harry. Realmente espetacular. A melhor que já fez, eu diria. 

—Afastem-se. — pediu Lockhart, enrolando as mangas da camisa verde. 

—Não... Não faça isso... — pediu Harry com a voz fraca, mas Lockhart não lhe deu ouvidos. Empurrou-o de volta contra o chão enlameado e apontou a varinha para o braço de Harry. 

Hermione ia intervir novamente, mas bem na hora ouviu-se um estalo saindo da varinha de Lockhart. Harry fechou os olhos e virou a cabeça para outra direção para não ver o que estava acontecendo. 

Hermione arregalou os olhos apavarada. O braço de Harry estava se esvaziando tal qual uma bexiga murcha. 

O garoto virou a cabeça para dar uma espiada, engoliu em seco, olhando para o próprio braço pendente, parecendo um cachecol estranho. Não conseguia falar nada, nem gritar, ou sem mexer. Estava apavorado demais. 

Harry percebeu que seu braço não doía mais, mas nem de longe se parecia com um braço. 

—Ah. — disse Lockhart. — Isso as vezes pode acontecer. Mas o importante é que os ossos não estão mais fraturados, isto é o que se precisa ter em mente. Então, Harry, vá, dê uma chegada na ala hospitalar... Ah, senhorita Granger, senhor Weasley, vocês podem acompanha-lo? Madame Pomfrey poderá... hum... dar um jeito nisso. 

Harry levantou-se do chão com ajuda dos amigos. Sentiu seu corpo mais pesado para um lado. e quando olhou para baixo, para seu braço machucado, sentiu vontade de vomitar. Aquilo que um dia fora seu braço, agora parecia uma grotesca luva de borracha cor de pele. 

Lockhart não emendara os ossos de Harry, ele os removera. 

Madame Pomfrey não ficou nada satisfeita com isso. 

—Você deveria ter vindo me procurar imediatamente! — dizia furiosa, erguendo a lamentável sobra do que fora meia hora antes, um braço útil. —Posso emendar ossos num segundo, mas faze-los crescer novamente... 

—A senhora vai conseguir, não é? — Harry perguntou desesperado. 

—Sim, mas é um processo doloroso. E demorado. Terá que passar a noite. 

Love spellOnde histórias criam vida. Descubra agora