Trust - Beauany | 2° Temporada.

041

ANY

Meu coração batia rápido dentro do meu peito e, infelizmente, não era um batimento rápido de quando Josh está perto ou em cima de mim.

Aquela aceleração era boa e bem vinda.

Essa, entretanto, eu não sabia dizer.

Eu estava transpirando.

Meu vestido vermelho, o vestido que eu separei com tanto carinho e dedicação, estava um pouco amassado.

Meu cabelo, que eu passei horas finalizando só para me encontrar com Josh, estava grudado na testa.

Minha jaqueta jeans se encontrava em algum lugar, junto com meu celular.

Por que ele foi aparecer justo agora?

Eu não entendia.

Eu não sabia se eu queria entender.

Ele não veio me fazer uma visita.

Ele queria alguma coisa.

O que?

O que estava acontecendo?

— Any, filha, pare de fugir. Vamos conversar, por favor!

A voz dele.

A voz que algum dia na minha vida eu amava escutar, a voz que eu achava que me amava, estava me dando nos nervos.

Meu pai.

O homem que me adotou com minha mãe, tinha aparecido.

Eu saí do dormitório pronta e animada para ir buscar Josh para a nossa noite, quando o vi parado em frente ao meu carro.

Ao carro que era de Sabina.

Em frente ao carro que um dia já foi dele.

Fiquei sem reação.

Eu acreditava que estava vendo uma miragem, um fantasma, sei lá.

Acreditava que tinha voltado a sonhar com ele.

Aqueles sonhos.

Eram um aviso?

Fiquei estática quando vi que não, não era sonho, era real. Ele estava ali, encostado no carro, me olhando atentamente e um pouco surpreso.

O homem que tinha me dado traumas, que me abandonou, abandonou Sabina, estava diante de mim, com as mãos nos bolsos, como se tivesse ido comprar pão e voltado.

Sete anos.

Fazia sete anos que ele tinha nos abandonado.

O que ele estava fazendo ali?

Tinha passado reto por ele, disposta a ignora-lo, a ignorar isso tudo.

Eu tinha um objetivo em mente.

Um compromisso com Josh e não podia me atrasar.

Mesmo que o motivo do atraso fosse o mais bizarro do mundo.

Meu pai.

Meu Deus, quem imaginaria que ele iria aparecer?

Ignorar.

Decidi ignora-lo.

Tinha passado por ele, como se não o conhecesse e tinha entrado em meu carro.

No carro dele.

Não sabia mais.

Eu estava desnorteada.

O que ele estava fazendo ali?