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JOSH

Eu estava preparado para tudo, eram poucas as coisas que me faziam perder o fôlego e ficar sem reação. Sempre sai de qualquer situação com maestria e muito elegantemente. Tanto que eu era o preferido na minha antiga escola e hoje sou o orgulho dos vários professores do curso de Engenharia.

Mas vê-la, depois de dois anos, em minha frente, desarmou todas as minhas estruturas, as minhas defesas. Ver Any Gabrielly, com seus lindos cabelos cacheados, um pouco mais cheios do que da última vez que eu a vi, com suas curvas mais acentuadas, acabou comigo. Acabou, literalmente, comigo.

Fiquei esse tempo todo imaginando como ela estaria. Eu me pegava pensando nela a cada segundo. Demorei para sair com outra pessoa e não foram muitas também, mas, quando saia sempre faltava algo. Nunca foi bom o suficiente com ninguém.

Depois de seis meses sofrendo, perguntando dela para Sabina quando ainda nos falávamos todos os dias, eu parei de fazer isso. Parei de querer saber dela para o meu bem e o de Any. Se eu continuasse, ia pegar o primeiro vôo e tocar a campainha dela.

Mas, não fiz isso. Pelo contrário, resolvi tentar esquece-la. Eu a magoei e tinha muito ciúmes. Só Deus e Lamar sabe o quanto eu imaginei ela com Noah. Imaginei se ele estaria a consolando enquanto eu estava a milhares de quilômetros de distância.

Sim, esquece-la era a melhor coisa a se fazer, mas, quem disse que eu consegui?

Eu até cheguei a pensar que sim. Hoje mesmo eu cheguei a pensar que ela ficou guardada em uma memória muito boa dentro de mim, mas que talvez eu tenha superado. Porém, esse pensamento caiu por terra assim que pus meus olhos nela.

Any estava linda. Any estava exuberante. Assim que a olhei, só existia ela.

Todas as coisas que vivemos juntos vieram em uma enxurrada de pensamentos enquanto eu a olhava. As coisas boas e as ruins.

As brigas.

Os beijos.

Os carinhos.

Mais brigas.

Tori.

Porra, Tori!

Não falo com essa menina desde meu primeiro período. Não falo mais com ela desde quando ela disse que gostava de mim e agradeceu que eu vim solteiro para Oxford. Não falo com ela, desde quando falou que Any era muito imatura para mim.

Lembro que no dia em que ela falou isso, eu senti raiva e me senti o homem mais estúpido da face da terra.

Any tinha razão. Tori me queria mesmo. Muito. Como eu não tinha notado isso? Aliás, como Any notou, convivendo com ela por apenas algumas horas? Foram as olhadas que ela me dava? Se sim, como eu podia notar se eu só tinha olhos para a minha namorada?

Namorada agora que era ex. Desde o dia daquele almoço, tudo desandou entre a gente. O ciúmes cresceu e nem eu e nem ela soubemos lidar. Confesso que eu não sabia lidar muita mais do que ela.

Me perguntei inúmeras vezes o que teria acontecido se eu agisse diferente. O que teria acontecido se eu a escutasse quando me disse que Tori me queria. Se eu prestasse atenção em sua insegurança. Era para eu ter lidado com essa situação com mais tato, com mais calma.

Porém, tudo isso, tudo o que aconteceu, são águas passada. Any não é mais a mesma garota que eu deixei quando vim para Oxford. Ela está mais segura de si, está muito mais bonita e atraente.

Posso falar isso pela quantidade de homens que a olham. Ela saiu daqui com aquele tal de Ethan faz meia hora e eu não desviei meus olhos deles. O jeito que ela sorri quando ele conta alguma coisa, o jeito carinhoso que ela o olha.

Trust - Beauany | 2° Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora