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ANY

Caminho ao lado de Josh na rua tranquila, absorta em pensamentos.

Nossos braços se tocam de vez em quando, mas não me atrevo a pegar a mão dele e torço para ele não fazer o mesmo.

Eram dez horas da manhã e estávamos caminhando para o pequeno apartamento alugado de Ethan. Enquanto ando, sinto umas pequenas dores musculares na perna e no quadril.

O por quê disso?

Fui muito exigida na noite de ontem e na madrugada também.

Assim, eu sabia que Josh tinha adquirido experiência. Ele já era bom quando éramos dois jovens confusos há dois anos atrás, mas agora...

Meu rosto cora só de lembrar o que fizemos na sala do meu apartamento. No banheiro. No meu quarto.

Foram três vezes.

Josh estava com uma fome de mim, do meu corpo que eu não conseguia explicar, só sentir. Na verdade, eu estava sentindo muito. Demais.

Depois da terceira rodada, eu apaguei na minha cama claramente conciente de Josh suado ao meu lado. Quando acordei de manhã, cheia de dores nos músculos, lembrei do quanto meu corpo trabalhou e imediatamente fiquei com vergonha.

Depois de ficar com vergonha, fiquei com raiva por estar sentindo vergonha.

Eu não era mais assim. Eu era desinibida, já tive outros parceiros sexuais, não era mais uma menina inexperiente com o primeiro namorado. Mas, todavia, eu não podia negar o sentimento. Fiquei com vergonha sim. Não estava arrependida, eu seria uma hipócrita se dizesse que estava, mas não sei. Josh despertava um lado meu que estava há muito tempo esquecido.

Não era necessariamente ruim, mas eu não queria que aquela Any voltasse. A Any que pensa demais nas coisas, porém era exatamente isso que estava acontecendo.

Quando acordei e o vi deitado sem camisa, apenas com a boxer preta, senti meu rosto esquentar.

Eu me senti patética.

Nosso sexo não teve nada de romântico e eu agradeci por isso. Foi puro tesão, desejo, vontade. Talvez um pouco de saudade, mas só.

Eu estava determinada a acreditar nisso. Eu não queria que meu coração começasse a bater desesperadamente por Josh Beauchamp de novo. Eu já estive nesse lugar e o resultado não foi bom.

As pessoas podem pensar que eu estou fazendo doce, que eu estava sendo repetitiva. Que Josh voltou para a minha vida arrependido e eu deveria aproveitar.

Mas, não era isso que eu estava fazendo? Eu estava aproveitando. O que mais eu podia fazer? Entregar meu coração para ele de novo?

Sim!

A voz dentro da minha cabeça falou alto e entusiasmada.

Ignorei ela.

Não, não era assim que funcionava as coisas.

Eu conseguia ter um relacionamento carnal com alguns caras por meu coração estar totalmente fechado. O único que chegou um pouco perto de conseguir a chave foi Ethan, mas eu terminei antes dele conseguir pegar.

Por muito tempo eu me considerei uma covarde, mas minha psicóloga me garantiu que isso não era covardia.

Agora sei que não é.

A verdade é que eu tenho um problema.

Eu tenho um puta medo de ser abandonada.

Eu fui abandonada pelos meus pais biológicos.

Trust - Beauany | 2° Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora