JOSH
Quando vi o vislumbre de uma cor vermelha há alguns metros a frente, meu coração, que já estava acelerado, aumentou o ritmo. Eu já tinha pedido para tudo que era mais sagrado no universo para encontrar com Any no meio do caminho.
Minhas mãos tremiam no volante e eu, por um lado, agradecia por não ter quase movimento nenhum na pista. Assim eu evitaria um acidente e era mais fácil de encontrar Any, caso ela estivesse por ali.
Caso não, ela estava. Tinha que estar.
Passei pelo postinho que se encontrava um pouco vazio, olhando atentamente para todos ali, em busca de alguma garota de cabelos cacheados, mas eu sabia, não fazia ideia de como, mas sabia que Any não estava ali, por isso nem me dei o trabalho de parar.
Já estava quase ligando para Ethan, para sonda-lo se sabia de alguma coisa quando vi o vislumbre do vestido.
Acelerei um pouco o carro e tive certeza de que era Any, de costas para mim.
Minha vontade era de pular do veículo e ir correndo até ela, mas não fazia o menor sentido ir andando. Então assim, dirigi mais um pouco e quando cheguei mais perto, tive a impressão de alguém se escondendo na escuridão.
Eu tinha tantas perguntas.
Eu estava aliviado.
Eu estava com raiva.
Não dela.
Nunca dela.
Da situação.
Da merda do celular que ela não atendia.
Mas, se Any não atendia o celular, tinha um motivo.
Eu estava aliviado. Mas meu alívio ao ter certeza que era ela, deu lugar a preocupação de novo.
Por que Any estava em uma pista escura?
O que tinha acontecido?
Paro o carro e saio desesperado de lá, correndo em direção a ela.
Só de ver Any de pé, parcialmente bem a olho nu, já era o suficiente.
Alcanço-a em menos de dez segundos, trombando meu corpo com o dela, colando-a em meus braços e não querendo soltar nunca mais.
Obrigada meu Deus!
Obrigada!
— Josh...
Ela sussurra.
Aperto os olhos.
Eu queria chorar.
Eu queria gritar.
Aperto mais a garota em meu abraço.
— Meu Deus, Any! O que aconteceu? Você está bem?
Pergunto, afastando ela um pouco de mim para prestar atenção em cada detalhe seu.
O rosto dela estava um pouco suado e seu cabelo se encontrava um pouco bagunçado.— Eu...
Any balbucia e olha para o lado.
Só então percebo que não estamos sozinhos.
Olho para onde ela está olhando e um homem nos encara. A haste de seu óculos brilha um pouco e minha cabeça pensa em milhões de possibilidades.
Coloco Any atrás de mim, automaticamente, em uma atitude protetiva.
— Quem é você?
Pergunto com toda minha hostilidade.
O que ele estava fazendo ali com Any?
Não, ele não iria...
Any me abraça por trás e passa a mão no meu peito por cima da camisa.
Peito esse que subia e descia em uma velocidade alarmante.
— Ele não tentou nada, calma ok? Não é o que você está pensando...
Sua voz treme um pouco, mas eu acredito nela. Nunca, em um milhão de anos, Any iria defender qualquer pessoa que tentasse alguma maldade com ela.
Mas, por que estava suada?
Por que estava no meio da pista?
Onde estava seu carro?
O motivo do atraso era claro para mim, mas porquê??
O que tinha acontecido?
Tantas perguntas...
Sinto Any apoiar a cabeça em minhas costas e mando minhas perguntas para debaixo do tapete por hora.
— Vem, vamos para minha casa, a gente deixa nosso encontro para outro dia.
Pego delicadamente na mão dela e começo puxa-la em direção ao meu carro.
Eu só queria sair dali.
Só queria me certificar de que ela estava bem.
Fisicamente parecia que sim, mas psicologicamente...
— Any...
O homem a chama, meio desesperado e eu paro.
Que porra de intimidade é essa?
Quem era ele?
Me viro de novo e encontro Any em um conflito interno.
Ela olha para o homem no escuro, que adota uma postura mais humilde de quando o vi pela primeira vez há alguns minutos atrás.
— Eu preciso da sua ajuda, Any...
Ele diz, quase derrotado.
Any vidra os olhos nele.
Me viro para o cara, a raiva subindo pelo meu pescoço.
— Quem é você, porra? Ela não vai te ajudar, some daqui!
Toda meu nervosismo explode.
Eu queria socar alguma coisa para aliviar minha tensão e o homem parado em minha frente era uma ótima tentação.
Ele olha para mim, com o cenho franzido e depois volta o olhar para Any.
— Filha, por favor...
Ele diz, dando um passo a frente.
Meu ar sai do pulmão quando Any dá um passo para trás, se afastando.
Filh...
Filha?
Olho para Any, interrogativamente.
Eu escutei certo?
Não pode ser.
Esse homem não é o...
Any vira para mim, seus olhos, que sempre esbanjavam segurança, estavam meio tristes e cheio de lágrimas.
— Sim, Josh, esse homem é o meu pai.
Puta merda!
---
4/5
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trust - Beauany | 2° Temporada.
FanfictionAs coisas não acabaram bem para Any Gabrielly e Josh Beauchamp no colegial. Eles namoravam, mas, faltando um mês para acabar as aulas e Josh, finalmente, se formar, ele resolve terminar com Any, pelo bem dos dois. O tempo passou. Josh entrou na Univ...