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JOSH

— Nada ainda?

Lamar pergunta, enquanto olha para minha perna balançando em um tique nervoso em cima do nosso tapete.

Eu tinha essa péssima mania de não conseguir parar quieto quando eu estava nervoso, mas não era qualquer nervoso. Eu balança a perna igual um doido quando eu estava com um nervoso ruim, se é que isso fazia sentido.

Any marcou de aparecer aqui as sete horas da noite, já eram sete e quarenta e eu não conseguia falar com ela.

Sei que mulheres se atrasam, Any nem tanto, mas as vezes ela se atrasava sim. Não tanto quanto hoje, mas era normal mulheres se atrasarem, não era?

Claro que era.

— Nada.

Respondo Lamar, enquanto bato meu celular na palma da mão.

— Por que você não manda uma mensagem? Ou liga?

Respiro fundo.

Não era culpa do meu amigo.

Eu não podia descontar nele.

— Eu já fiz isso Lamar.

— E ela não atende?

Balanço a cabeça.

Mil coisas passavam por minha mente e nenhuma delas eram coisas boas.

— Liga para Sina.

Lamar diz e eu faço exatamente isso.

Quarentena minutos de atraso é o suficiente para eu ficar preocupado, Any não teria o direito de reclamar.

Busco o número de Sina na minha agenda e me xingo quando percebo que não tenho.

Felizmente Lamar já está ligando com o dele e cinco segundo depois ele passa o telefone para mim.

Lamar?

Sina pergunta do outro lado da linha.

— Oi Sina, sou eu, Josh. Tudo bem?

Ah, oi Joshua! Tudo bem? — Escuto a voz de Heyoon falando alguma coisa e Sina responde que já já vai voltar para não sei onde — Espera, você não deveria estar com a Any agora?

Meu coração para de bater.

Eu literalmente sinto meu coração parar de bater no meu peito.

— V-você está no dormitório de vocês? Ela não está aí? Ela saiu daí a muito tempo?

Minha mão começa a suar.

Já faz umas meia hora, Josh. Ela foi de carro, ia pegar você para irem a algum lugar que a vaca não quis me contar.

Meia hora.

O trajeto do dormitório até aqui é menos de quinze minutos.

Percebo que Sina está um pouco bêbada por não ter percebido que a amiga ainda não chegou aqui.

Engulo seco e passo o telefone para Lamar, sem me despedir da garota.

Vou correndo para meu quarto e pego a chave do carro.

Escuto Lamar dizer alguma desculpa para Sina e desligar o telefone.

— Onde você vai?

Ele pergunta, preocupado.

— Vou fazer o trajeto daqui até lá, de repente o carro dela furou o pneu na pista e o celular desligou.

Falo, tentando acreditar fielmente nisso.

Trust - Beauany | 2° Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora