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Depois leiam as notas finais, por favor, ok?

Boa leitura!

JOSH

— Só mais uma, Josh! Deixa de ser bundão, hoje é sexta-feira.

Devon, com um copo de cerveja na mão e animado demais, diz pra mim, enquanto tento, em vão, pedir a minha conta.

Estamos no bar da cidade e já passam das onze da noite. Normalmente eu estaria no meu apartamento, conversando com Any ou dormindo mesmo. Porém, Devon, do setor de financiamento me convenceu a vir hoje. Ele tenta toda sexta-feira a me trazer para uma noitada com os caras e eu sempre recuso, hoje, entretanto, não recusei. Até Any falou para eu vir, que eu estava perdendo minha juventude ficando em casa trancado.

Eu não estava trancado. Nem passei a chave na porta.

Nossa Josh, muito engraçado. Parabéns. Você tem o dom da comédia.

— Só mais uma, Devon.

O cara faz um cruzamento com os dedos e beija, me dizendo que promete que me deixará ir embora depois de mais uma rodada.

Cerveja é um troço ruim, líquido amargo. Prefiro as outras bebidas, porém, como já fui chato demais com os caras, recusando sempre que me chamavam, tive que fingir que adoro essa bebida amarela nojenta.

Ok, ela não está tão ruim agora, depois de três copos, porém ainda prefiro as outras.

Estamos eu, Devon e mais uns quatro caras lá da empresa de Elon Musk.

Toda vez que paro para pensar que estou estagiando em uma das maiores empresas de engenharia dos Estados Unidos, eu tenho vontade de chorar de alegria. É uma oportunidade única e eu a agarrei com unhas e dentes.

Elon me ligou quando as aulas estavam acabando. Ele na tinha encerrado sua matéria, a qual passei com louvor e estava fora da cidade resolvendo alguma coisa importante. Portanto, quando vi um número desconhecido, estranhei, mas atendi mesmo assim.

Era Elon me convocando para estagiar em sua empresa, em uma das sedes que ele tem aqui em Oxford. Eu nem sabia que Elon tinha uma aqui.

Quando chegou o dia da entrevista, sim, até estagiários tinham que passar por uma, a secretária executiva dele me disse que era raro Elon chamar alguém para estagiar. Normalmente, ela e mais algumas pessoas vêem as notas dos alunos da minha universidade e conversam com uns professores para saber quem chamar.

Eu disse que era porque Elon tinha sido meu professor. A moça de coque bem apertado e arrumada com uma saia lápis, descartou minha teoria com um abano e disse que eu era o pupilo de Elon.

Depois que comecei a realmente estagiar, pedi para ela nunca falar isso em voz alta. Não queria que os outros pensassem que eu tinha regalias ou outros benefícios, porque eu não tinha. Nenhum. Eu nem vi mais Elon depois do meu primeiro dia. Ele é um cara ocupadíssimo e ficou mais ainda depois que saiu nos jornais que ele tomou o lugar de Bill Gates e se tornou o segundo homem mais rico do mundo.

Eu tava estagiando para o sentindo homem mais rico do mundo.

Tem noção?

Quando falei com minha mãe sobre isso, a gente ficou parecendo dois idiotas comemorando que eu trabalho para o segundo cara mais rico do mundo. (Não cando de dizer). Dona Ùrsula, piadista que pensa que é, pediu para eu pagar a viagem de cruzeiro que ela tanto queria fazer.

Tive que lembra-la que Elon era o cara mais rico do mundo, não eu.

Mas, sendo sincero, não podia reclamar. Eu ganhava bem para um estagiário e fazia meu trabalho melhor ainda. Cálculos, números e todas essas coisas insuportáveis para a maioria das pessoas, era o mundo para mim. Eu entrava na minha sala e me afogava nas milhões de contas dos prédios, produções que tinham que sair do papel.

Trust - Beauany | 2° Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora