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JOSH

Eu não sabia o que se passava em minha cabeça desde que recebi a notícia de Jaden por telefone. Depois daquela ligação, eu me senti caindo em buraco muito fundo. Eu estava, literalmente, sem chão. Assim que meu irmão proferiu aquelas palavras, eu imaginei vários cenários.

Sempre fui um cara racional, pensava com clareza, na maioria das vezes, mas não naquele momento. Naquele momento, eu jurava que ia perder minha mãe e que ela já estava em estado terminal, mesmo eu tendo a visto, por facetime, na semana anterior.

Quando recebemos uma notícia assim, não temos ideia de como vamos reagir. É impossível você coordenar suas ações, seus pensamentos, o que você vai fazer ou deixar de fazer, impossível.

Parece clichê e repetitivo o que vou dizer, mas é pura verdade: eu não sei o que eu faria sem Any. Ela foi minha âncora, me fazendo permanecer lúcido e ancorado na terra. Por isso, quando me lembro de alguma coisa nesses últimos dias, só lembro dos momentos ao lado dela.

Any me convenceu de vir para LA apenas na sexta-feira e, enquanto eu estava pensando a respeito, uma única coisa me incomodou.

Eu não teria ela do meu lado.

Não pensei duas vezes quando pedi para ela vir comigo. Parece exagero, eu sei. Pareço grudento e incapaz de viver minha vida sem Any. Sei que dou a impressão disso tudo. Mas era algo simples, ficar três dias lidando com esse assunto e sem ela do meu lado, era inviável.

Como eu já disse inúmeras vezes, a presença dela era reconfortante. Eu não sabia explicar exatamente o porquê.

Pelo amor de Deus, não quero ser aqueles ex namorados não superado que não consegue seguir a vida...apesar de eu estar quase nessa fase, eu não sou.

Mas, todo mundo tem aquela pessoa que nos traz paz, nos faz bem.

Any era minha pessoa. Eu não tinha culpa se meu coração colocou ela nesse patamar.

Então, quando caminhamos para a minha antiga casa, não resisti em pegar sua mão. Quer dizer, não foi um gesto grande e com segundas intenções, nós viemos o vôo quase todo assim, de mãos dadas.

Acho que ela não tem ideia do quanto isso me confortou, o quanto esse pequeno toque foi tudo para mim.

Entro pela porta com ela ao meu lado e logo de cara vejo minha mãe. Ela está falando algo com Jaden, que gesticulava com a cabeça, meio impaciente.

— Filho!

Mamãe diz animada quando me vê.

No segundo seguinte, estávamos abraçados. Eu a aperto com força, recebendo de volta o reconfortante abraço de Ùrsula Beauchamp.

Ela ri e esse som aquece meu coração.

— Eu disse que não precisava ter vindo assim, as pressas.

Minha mãe diz, enquanto faz carinho no meu cabelo.

Me afasto um pouco, só para olhar para ela e vê se está tudo igual. Meus olhos percorrem seu rosto e seu olho claro brilha em minha direção. Sem contar no sorriso que há na sua face. Ela parece a mesma de sempre.

— Eu estou bem Josh. Eu não estava brincando quando disse isso. Estamos convictos que estou no primeiro estágio, vou começar os exames na semana que vem, se não me engano. Está tudo bem.

— Semana que vem? Por que? Por que não amanhã?

Pergunto, confuso. Semana que vem é muito tempo.

Trust - Beauany | 2° Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora