Capítulo 52. Resgate

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No momento em que eu constatei que meu carro realmente estava sem os freios, eu não consegui manter a calma e entrei em desespero. Pisei várias vezes no pedal do freio até o limite sem que o carro respondesse. Porém, eu percebi que a velocidade do carro estava reduzindo, pelo fato de eu não estar mais com o pé no pedal do acelerador, o que me fez pensar que havia outro jeito de parar, mas eu tinha que manter a calma e analisar rapidamente a situação e usar a melhor maneira.

Eu estava na via expressa, a setenta e cinco quilômetros por hora e a saída para Santa Mônica estava chegando. Se eu continuasse na via, havia uma possibilidade de mais à frente o fluxo dos carros aumentar e ficar lento, o que poderia me causar uma colisão perigosa; se eu pegasse a saída para Santa Monica, eu poderia não conseguir diminuir tanto a velocidade e eu poderia até capotar o carro na curva. Eu tinha que pensar rápido, pois a saída estava a metros de distância.

— Pensa, Melanie, pensa – falei para mim mesma, olhando para a via mais à frente e a saída.

Eu tinha que decidir rápido que caminho tomar.

Olhei para o velocímetro e estava marcando 70km/h e diminuindo. Voltei a olhar para a via e tomei a minha decisão. Larguei o celular no banco e coloquei o câmbio de marcha no modo manual para diminuir a marcha e perder potência, depois me preparei para acionar o freio de mão.

Quando a saída estava a cem metros de distância e a velocidade a 50km/h, puxei o freio de mão. Os pneus traseiros travaram, cantando pneu no asfalto. O carro diminuiu a velocidade, mas eu ainda precisava manobrar o volante para pegar a saída. Aquele era o momento crítico, pois se eu não liberasse o freio de mão no momento certo, capotaria.

Puxei o volante para sair da via e liberei o freio de mão, os pneus voltaram a rodar, descendo a rampa que levava à rua, aumentando novamente a velocidade que antes tinha chegado aos 40km/h.

— Merda!

Não havia outro jeito de frear a não ser puxar novamente o freio de mão. Porém, ali na descida eu não tive tanto controle com o carro, que começou a derrapar pela traseira. Imediatamente liberei o freio de mão, mas no final da saída, o carro deslizou e foi de lado para a barreira de concreto. Senti o impacto da parte traseira, que foi impulsionada de volta, fazendo o carro girar em 180 graus. Segurei firmemente no volante, fechando os olhos com força e meu corpo se contraiu, esperando o pior, que felizmente não aconteceu.

Quando eu percebi que o carro andava lentamente de ré, abri os olhos e rapidamente puxei o freio de mão, fazendo o veículo finalmente parar. Eu respirei aliviada e relaxei o corpo. No mesmo momento, me veio a lembrança do que o Addy me disse e ele estava certo. Ela queria mais, ela não queria apenas me dar avisos, furando o pneu do meu carro para me assustar, aquilo tinha sido mesmo um aviso de que ela queria me machucar, ela queria me ver mesmo fora da vida dele, de qualquer jeito. Só o que eu conseguia pensar era de que ela queria me causar um acidente e eu parar no hospital, ou até mesmo me matar.

— Meu Deus, elas querem me matar! – exclamei, ficando nervosa.

Um ataque de pânico começou a querer tomar conta de mim. Primeiro vieram o tremor e a hiperventilação. Depois o suor nas mãos e a dormência nas pontas dos dedos. Tirei o cinto rapidamente e abri a porta do carro, saindo desesperadamente dele, buscando ar para respirar.

— Você está bem? – Eu ouvi um homem perguntar e apenas balancei a cabeça que não, sentindo as minhas pernas fraquejarem. – Está machucada? – perguntou e eu balancei novamente a cabeça em negação.

Eu não sentia nenhuma parte do meu corpo doer, apesar de saber que eu tinha sacolejado um pouco quando o carro girou, mas nem sabia se eu tinha me batido em algo no momento em que aquilo aconteceu.

Só Faltava V💋cê! - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora