Capítulo 74. À Beira de um Colapso

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Durante todo o caminho até em casa, eu fui em silêncio olhando a rua pela janela. Dylan fez várias tentativas de tentar me explicar os motivos deles para não me contar sobre aquilo, mas eu não queria saber.

Eu estava com raiva, de tudo e de todos.

Eu me sentia traída por terem agido pelas minhas costas, por terem escondido aquilo de mim. Me sentia manipulada outra vez e eu detestava ter essa sensação de ter sido enganada, de ter sido feita de idiota. Eu estava com raiva e indignada, portanto tentar falar comigo naquele momento era uma péssima ideia, eu precisava primeiro organizar a bagunça que estava a minha cabeça, por causa dessa nova descoberta, e de descobrir que todos sabiam disso, menos eu. Só depois, eu ouviria o que eles tinham para me falar.

Tudo isso teria sido muito diferente se tivessem me contado antes, teria sido muito melhor descobrir isso por eles e não pelo próprio Phillip.

Eu tinha muitas perguntas rondando a minha mente e, um desses questionamentos era o por quê de ele viver em Los Angeles.

Eu já tinha conhecimento de que ele trabalhava em uma firma de advocacia, mas por que uma em Los Angeles e não a firma dos nossos pais em Miami? Ou em qualquer outra cidade? Há cinquenta estados naquele país, por que escolheu logo a Califórnia? Por que escolheu viver em Los Angeles?

Não fazia sentido, a não ser que aquele emprego fosse uma fachada para que ele pudesse estar ali, por minha causa. Mas se fosse esse o motivo, por que ele ia querer que eu soubesse disso? Seria muito melhor para ele que eu continuasse não sabendo, pois assim ele poderia me perseguir sem que eu soubesse. Porém, por outro lado, eu pensava que ele poderia ter feito isso por todo o tempo que morava ali, tempo do qual eu não fazia ideia de quanto fazia.

Todas as suas atitudes desde o funeral mostravam que ele parecia mesmo mudado, que parecia o Phillip que eu conhecia, mas ele já tinha me enganado uma vez, eu não conseguiria confiar nele sem ter completa certeza de que ele tinha realmente mudado. Mas como eu saberia de fato? Como eu teria certeza disso? Mesmo que todos, com exceção de Dylan, Nick e a Sarah, acreditassem na sua mudança, não era comprovação de que ele estava mesmo mudado, e mesmo que estivesse, eu sempre teria a dúvida. Somente eu sabia de tudo o que passei, de todas as mentiras e fingimentos dele e o quanto ele era manipulador. Tudo aquilo poderia ser uma encenação, uma grande farsa que havia durado por todo aquele tempo. Naquele momento eu estava desconfiando até se ele tinha mesmo ido para São Francisco.

Pensar sobre isso e ter todos aqueles questionamentos e não ter respostas, só me deixava ainda mais confusa e estava me provocando muita dor de cabeça e náuseas. Eu não sabia se Dylan tinha alguma resposta para as minhas perguntas, mas mesmo que ele tivesse, eu não queria perguntar nada ainda por querer dar o tratamento de silêncio nele.

Esfreguei a testa, fechando os olhos e respirei fundo.

— Você está bem? – Dylan perguntou com delicadeza e eu suspirei.

Não, eu não estava bem. A minha mente parecia um emaranhado de fios, dos quais eu não conseguia desatar, o meu corpo dava sinais de que aquele nó estava o afetando. Eu estava suando frio e o meu corpo estava com uma tremedeira involuntária, sem falar a dor de cabeça e a náusea. Eu estava com sintomas característicos dos quais eu conhecia bem. Uma crise de ansiedade chegando.

— Estou... só estou com dor de cabeça. Parece que a minha cabeça vai explodir.

— Melhor eu te levar para um hospital.

Só Faltava V💋cê! - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora