Capítulo 72. Última Chamada

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Pela manhã, tudo parecia mais tranquilo. Mas não poderia ter sido de outra maneira depois de ter dormido mais uma vez ao lado dele que me fazia relaxar, e acordado com seus beijos e o maravilhoso som das ondas se quebrando. Aquela era uma ótima maneira para acordar e começar o dia já mais relaxada. Eu lamentei que em dois meses ele teria que se mudar novamente.

Enquanto escovava os dentes, fiquei pensando sobre isso. Nick já tinha morado em várias cidades, em várias casas, já tinha se mudado por diversas vezes. Me perguntei como ele se sentia sobre não ter um lugar para chamar de lar. Eu tive a sorte de ter dois lares, que eram: A casa que eu nasci e fui criada; e a casa de minha tia em que eu morava e tinha feito ela o meu lar. De certa forma me senti triste por ele, e se em dois meses nós concordássemos mesmo em morarmos juntos, eu faria o que eu pudesse para dar um lar para ele, pois só queria vê-lo feliz.

Enxaguei a boca e sequei o rosto com a toalha. Nick entrou no banheiro e me olhou pelo reflexo do espelho.

— O que você vai querer tomar no café da manhã? Café ou chá?

— Nick, eu não vou ter tempo de tomar café da manhã.

— E vai ficar sem comer? – falou em um tom repreensível.

— Claro que não, eu quero passar na cafeteria perto da agência. Estou louca por um mocaccino.

— Cafeteria perto da agência?!

— É. É uma cafeteria que eu sempre vou.

— Sempre?! Faz isso todo dia? – perguntou e eu assenti, escovando o cabelo. Olhei para ele pelo reflexo e ele estava com uma expressão estranha.

— O que foi? Que cara é essa? – Esbocei um riso.

— Nada... Eu só fiquei curioso e intrigado, você não gosta de rotina.

— É, não gosto, mas me ajuda a manter um equilíbrio mental. Além do mais, todo mundo na cafeteria já me conhece, gosto de ir lá e falar com o pessoal.

Nick murmurou e ficou me olhando pensativo por breves segundos.

— Bom, já que você não quer tomar café da manhã aqui... que tal se a gente aproveitar uns minutinhos?! – falou, se aproximando de mim, passando as mãos pela minha cintura e beijou o meu ombro, com a sua mão descendo pela minha barriga.

Eu não me importava com lugares inusitados para transar, e o banheiro de casa nem era um lugar tão inusitado, mas na bancada da pia era um lugar em que eu jamais faria novamente. Só  em pensar, em imaginar, me trazia à tona lembranças das quais eu não queria nunca, jamais me lembrar, e o meu corpo respondia automaticamente àquela ideia. Era até mesmo involuntário, um reflexo, um mecanismo de defesa do meu inconsciente.

Me afastei rapidamente de Nick de forma brusca e ele me olhou espantado pela minha reação abrupta.

— Me desculpa – pedi nervosa. – Desculpa, eu... – Respirei fundo e tentei achar palavras para explicar para ele a minha reação sobre a sua sugestão em transarmos ali, mas eu não queria ter que contar para Nick o meu motivo. Eu nunca conseguiria contar para ele, ou para ninguém o meu maior trauma. – A gente pode transar em qualquer lugar, você sabe bem disso, mas eu só te peço que nunca seja na pia do banheiro.

Só Faltava V💋cê! - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora