Prólogo

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Dulce Maria

Era uma quinta atípica na escola, final de bimestre e todo mundo já estava um pouco cansado... estávamos nos preparando para uma emenda de feriado, então aquela quinta era como uma sexta pra nós.

Me atrasei, então, fui a última a entregar a prova de matemática da sala, obviamente porque eu não sabia absolutamente nada do estava naqueles papéis. Mesmo assim eu pensei: "nada vai me abalar!", afinal eu estava entrando no final de semana né?!

Entreguei a prova e fui pegar meu celular da tomada no canto da sala. Sai apressada, pra não perder minha carona de hoje. O que não adiantou muito, porque ao sair percebi que a escola estava silenciosa, vazia e até um pouco assustadora.

Peguei o celular da bolsa pra pedir um uber, minha mãe não ia ficar nada feliz se soubesse que eu havia perdido hora. Meu celular não ligava.. mas que bost/a! Será que eu esqueci de carregar? Eu não tinha pegado agora de pouco da tomada? Será que tô ficando louca?

Olhei pra o relógio do corredor, decidi ir caminhando... pensando bem talvez eu realmente estivesse louca. Mas no momento eu não via outra solução.

Peguei o meu caminho e quando me encontrava já atrás do prédio da escola que era o "melhor" caminho até a minha casa que ficava a uns 20min dali, ouvi um assovio atrás de mim. Não olhei, meu pai sempre me disse que olhar era a última coisa a se fazer nessas situações... não que eu ficasse muito nelas né, afinal eu ia e voltava de qualquer lugar com Lucas (motorista do meu pai a uns 10 anos sei lá) e quando não estava nesse carro, eu estava de carona com as amigas próximas da minha mãe. Eu NUNCA estava sozinha.

Eu fui tirada do meu devaneio filosófico com mais um assovio, nesse eu apertei meu passo e fechei os punhos com força, estava começando a ficar com medo, confesso. Logo outro assovio, mas agora ele estava extremamente perto. Meu coração começou a bater muito mesmo, eu podia sentir a adrenalina subir pelo meu corpo e o sangue pulsando forte nas veias. Apertei o passo de novo, agora eu estava quase correndo.

Logo uma mão agarrou meu pulso direito, eu pulei de susto e sem me virar puxei o braço com força. Escutei uma voz rouca dizendo:

- Pera aí...

Eu conhecia aquela voz... mas que droga! Me virei e olhei pra Christopher que estava parado e um pouco ofegante.

- Mas que bost/a Christopher! Achei que era um estuprador.

- Em plena luz do dia? Atrás na única escola particular da cidade Maria? Pelo amor de Deus tá cheio de câmera de segurança aqui, qual é o seu problema?

- Eu não passo muito tempo sozinha - admiti um tanto constrangida.

- É eu sei. - deu de ombros - Vi você saindo sozinha e vim ver o que tava acontecendo... - ele me olhou com seu melhor olhar inquisitório.

- Não é da sua conta Uckermann! - tentei parecer firme.

- Ok, então eu acho que vou embora com meu celular e a chave do meu carro que poderia te levar pra casa... - eu queria parecer não me importar - ou chamar um uber pra você. - ele finalizou e quem eu estava tentando enganar? Eu caminhei por 5 segundos no sol e já estava pensando que Christopher era um estuprador, o tempo estava correndo e agora eu tinha a possibilidade de chegar no horário em casa e ter a paz enquanto minha mãe nem desconfiaria que me atrasei, isso pouparia um falatório de meses na minha cabeça e pensando nisso, claramente eu aceitaria carona até do demônio agora.

De volta à você.Onde histórias criam vida. Descubra agora