9 - Ainda somos nós

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Dulce 📝

De repente agora eu estou aqui, embaixo da água dentro do banheiro do Christopher... eu não me lembro de muita coisa sobre a noite passada, e sinceramente é bem ambíguo o que eu sinto sobre isso agora. Embora aquela ereção na minha cara pela manhã me fizesse muito querer lembrar do que fizemos ontem, talvez não fosse uma boa ideia conviver com a lembrança de ter lambido cada parte daquele homem. Puta que pariu, eu queria tanto estar fazendo isso agora.

Terminei o banho que comecei com a intenção de acalmar minha excitação, pior do que quando comecei. Bom minha irritação estava a mil, entrei no closet de Christopher peguei uma calça de moletom, que óbvio estava gigantesca. Dobrei na barra apertei o laço na cintura e dobrei também, peguei uma camiseta e dei um nó escondendo-o no meio do meu sutiã. Eu provavelmente estava parecendo uma adolescente de novo, e isso talvez fosse uma grande piada do universo.

Sai do quarto em busca de comida, minha cabeça doía e eu sabia que a ressaca não ia passar enquanto eu não colocasse algo no estômago. Quando eu cheguei a sala vi umas sei lá 15 sacolas de restaurantes diferentes... fui até lá ver os restos mortais e pasme não tinha muita comida ali não, "qual é o nosso problema?" Murmurei comigo mesma enquanto colocava uma sacola dentro da outra pra conseguir levar tudo pro lixo.

- Você come como um jogador de futebol americano, sabia? - a voz rouca de Christopher surge do nada na ponta da escada, eu me assusto e largo todas as sacolas na mesa. Me viro com a mão no peito.. - Um dia você ainda vai me matar! - ele sorri divertido caminhando até mim, para em minha frente e coloca o dedo indicador dentro da barra dobrada do moletom em minha cintura, puxa e solta fazendo-a estalar em minha pele. Olha pra mim mordendo o lábio sugestivamente. - Eu digo o mesmo minha luz.

Eu pisco algumas vezes tentando dizer algo, mas sem muito sucesso, ele gargalha como se fosse muito divertido brincar com meus sentidos daquele jeito, desgraçado! Ele começa a juntar as sacolas que eu estava juntando antes e caminhar até a cozinha. Eu caminho atrás dele prestes a dizer que preciso de comida mas antes que eu consiga pronunciar minha primeira palavra - Você precisa ser alimentada, né? Eu adivinhei? - ele diz enquanto entra na cozinha colocando as sacolas pra fora.

- Estou de ressaca, preciso de comida. - Eu digo manhosa, apoiando meu rosto nas mãos já que já estou sentada em sua banqueta.  Ele volta e quando me olha sorri como se estivesse nostálgico - E quando você não precisa, luz da minha vida? - eu respondo automaticamente sem nem perceber. - Só você me chama assim... - ele tira o celular do bolso acho que pedindo algo, logo está a minha frente debruçado do outro lado da bancada - Isso me deixa extremamente satisfeito. - Mais que droga Dulce, nem 24 horas... você não aguentou nem 24 horas. Ele me tira do meu xingamento interno - Vou te alimentar, dragão de cômodo.

- Era um xingamento? Eu me sinto honrada. O dragão de cômodo é um sobrevivente! - sorrio comigo mesma ao lembrar de toda a teoria de um humorista aleatório sobre o animal. - Christopher franze a testa, curioso - Eles estão em extinção? - eu rio sapeca enquanto vou até a geladeira.

- Não, mas quais as chances de na arca de Noé eles terem sido salvos na ilha de cômodo? Que é tipo do outro lado do mundo se olhamos do ponto de vista hebraico cristão... então se o mundo foi mesmo inundado, o dragão de cômodo sobreviveu sozinho. - Eu disse convicta.

Ele acompanhava tudo o que eu dizia prestando atenção real, observando os ingredientes que eu tinha tirado da geladeira ele provavelmente deduziu que eu faria panquecas, só pra variar ele estava certo. E logo foi pegando uma frigideira e um mixer. - Sua teoria cai por terra se considerarmos que a uma corrente teológica que acredita que o mundo todo era uma figura de linguagem pra falar sobre o oriente médio na Bíblia.

Eu peguei o mixer e comecei a despejar os ingredientes ali enquanto pensava. - Bom sim, mesmo assim eu prefiro acreditar na minha versão. - ele se senta enquanto ri de lado - Porque você simplesmente não quer pensar sobre estar errada? - Ele me perguntar com sinceridade - Não, eu sei que eu posso estar errada, na verdade pra mim não é sobre isso.

Ele franze a testa e entorta o rosto pro lado, como uma criança extremamente fofa e curiosa - Sobre o que é então? - Eu sorrio comigo mesma ligando o mixer e o olhando sapeca. Quando desligo - É sobre fé. Sobre querer acreditar em algo única e exclusivamente porque não faz mal a ninguém e me faz feliz. - ele sorri com um brilho nos olhos, que me parece ser orgulho talvez.. isso me deixa um pouco envergonhada eu com certeza estou corando agora. Me viro pro fogão o mais rápido que eu consigo tentando esconder meu rosto vermelho pela 736206 vez hoje.

Ouço o banquinho rangido no chão e deduzo que ele está vindo em minha direção, tento me concentrar ao máximo no fogão. Virando minhas panquecas enquanto ele guarda os ingredientes da bancada na geladeira e coloca um prato ao meu lado. Eu sorrio comigo mesma - Um prato só? Você não quer? - ele balança a cabeça positivamente. E coloca dois talheres do lado - A ok. Ainda somos nós... - ele sorri e maneia a cabeça. - Isso é... nostálgico.

Nostálgico é bom? - ele me pergunta pondo a calda na minha frente. - Se tratando da gente, eu realmente não sei. - Ele sorri se aproximando e desligando o fogo - Não? E porque não? - logo seus braços me envolvem pela cintura e eu deito minha cabeça em seu peito. - Porque eu nunca consigo entender o que você quer de verdade. - ele me aperta um pouco mais forte contra seu peito, apoiando o queixo em minha cabeça. Ficamos ali por um tempo até seu celular tocar.

Aparentemente ele não estava pedindo comida, o carro dele tinha ficado no bar. E agora eu tenho um flash de memória que toda essa noite louca "se beber na case" começou pra gente em uma porra dum bar de esportes. Eu o olho colocando o prato de panquecas na bancada e me sento a sua frente.

- Você me deve um jantar descente, em um lugar que as pessoas não juguem meus jimmy choo quando eu chegar. - ele gargalha antes de pegar um pedaço de panqueca no prato. - Se você liberar a minha entrada dessa vez, te levo até ao Sublimotion. - ele sorri cínico. - eu cerro os olhos com raiva me lembrando do dia que ele me levou a primeira vez. - Tá bom, eu me lembro que você odeia outra companhia além da minha no jantar! - ele gargalhou em quanto retirava o prato vazio das nossas panquecas.
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