Eliza Travers e Thomas Stuart se odeiam.
Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...
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OS beijos apaixonados foram interrompidos pelo barulho de uma moto.
- Parece a sua - afirmei.
- Essa definitivamente não é a minha Harley.
Em um movimento veloz agarrei minha blusa novamente, e comecei a abotoar freneticamente enquanto pulei da mesa, e percebi que se eu e Thomas não tivéssemos tão entretidos um com a boca do outro quando entramos na casa, teríamos notado que alguém se acomodava por alí.
- Você disse que a sua família não apareceria - resmunguei.
- Mas ninguém vai...- e então ele também percebeu.
Havia pratos lavados na pia recentemente, e também comida fresca no fogão e algumas roupas jogadas no canto da cozinha e livros de receitas espalhados no balcão.
- Eu não acredito nisso - Thomas murmurou espiando pelo canto da janela - Heavelyn, ela está aqui.
- A sua prima?
- Conhece outra?
Revirei os olhos um pouco frustrada, e em poucos segundos a prima de Thomas estava na porta, com seus sedosos cabelos escuros escorregando pelos ombros e segurando diversas sacolas.
- Não esperava receber visitas tão cedo - Heavelyn avisou jogando as sacolas na mesa, a mesa que eu estava a poucos segundos atrás quase nua.
- Eu não esperava você - Thomas admitiu ranzinza.
Heavelyn não pareceu se importa com o mau humor evidente do primo, apenas me comprimentou com um rápido aceno de cabeça e começou a tirar engredientes da sacola.
- Percebi, não parecem felizes em me ver - Heavelyn falou avaliando a data de validade de uma lata de sardinhas.
- Apenas surpresos - falei tentando ajeitar melhor a minha blusa.
- Espero não ter atrapalhado nada.
Thomas cruzou os braços e revirou os olhos ao se encostar no balcão.
- Sabe Heavelyn, geralmente olhamos a validade dos alimentos antes de comprarmos ele - Thomas falou na tentativa de desviar o assunto.
A garota jogou a lata no canto da mesa e continuo a retirar alimentos da sacola.
- Geralmente não entrarmos na casa dos outros, sem avisar.
Mandei para Thomas uma olhar que dizia "casa dos outros, que palhaçada é essa?" e ele me lançou exatamente o mesmo olhar.
Uma risada cruel saiu dos lábios dele.
- Só pode estar brincando, essa casa não é sua nem em um bilhão de anos - Thomas avisou.
