S E T E N T A O I T O

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     A tarde se desenrolava de forma pacífica e quieta, o sol pintava o dia com beleza e o céu era a moldura perfeita

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     A tarde se desenrolava de forma pacífica e quieta, o sol pintava o dia com beleza e o céu era a moldura perfeita.

A casa nunca foi muito barulhenta nesse horário, mas os passos de Eda e as risadas repentinas de Katelyn faziam falta, e desejei que elas pudessem contemplar aquela paisagem bonita que crescia do lado de fora das janelas e cortinas.

O local era iluminado por aquela luz que atravessava a janela e deixava todo o ambiente mais aconchegante, o calor penetrava tudo de modo moderado e o lugar era envolvido por paz.

Edu e eu estávamos na cozinha, ele desenhava com a atenção de um verdadeiro artista que é cego e mudo para tudo que não seja sua arte, seus cachos caindo nos olhos não eram o suficiente para distraí-lo.

Eu apenas o observava as vezes, deixando ele se concentrar totalmente enquanto minha própria atenção se focava em outra coisa.

Uma carta.

Obviamente minha mente também se intrigava com o paradeiro de Eda e Katelyn, mas aquela carta tinha chegado e meus pensamentos só focavam nela.

Os Stuart também tinham recebido uma carta, eu pude ver quando o carteiro entregou uma semelhante a minha no mesmo momento.

Não sabia se era direcionada a Thomas ou a May.

- Não vai abrir? - Edu resmungou, seu polegar sujo de grafite.

- Curioso?

Edu balançou a cabeça negativamente.

- Acho que você já sabe o que vai encontrar quando abri-la.

Não, eu não sabia.

Aquela carta era da Universidade Kercia, uma das mais concorridas do estado, sua confirmação ou rejeição podiam mudar minha vida.

E Edu sabia o que aquilo significa, se eu fosse aceita, teria que ir embora de Red City, teria que deixá-lo.

- Vou abrir.

- Ótimo. - Edu murmurou, não sabia o que ele estava sentindo, se torcia por mim ou se tinha medo de me perder.

Não sabia que decisão tomaria se uma confirmação estivesse escrita na carta, eu poderia recusar, essa era uma possibilidade plausível, deixar Edu sozinho nesta casa enquanto Katelyn e Eda conspiraram era sem dúvidas o pior cenário.

Ele precisava de mim, precisava de uma irmã mais velha.

Abri a carta.

- E então? - pela primeira o olhar dele me encontrou, expectativa brilhava em suas íris infantis.

Eu deveria ficar feliz ao ler a carta, mas não fiquei.

- Fui aceita.

Edu sorriu, de forma singela e apaixonante, como uma criança que retorna para sua casa depois do primeiro dia de aula.

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