MEUS ossos tremeram de forma sofrível ao reconhecer a voz que se seguiu.
- Que prazer revê-los. - ele disse com a voz aveludada.
Justin, em carne e osso, com a ironia impregnada em sua voz doce, um doce que enjoa seu estômago e faz seus sentidos falharem.
Ele tinha subido até o sótão de forma veloz, deixando eu e os gêmeos incapazes de qualquer movimento, Thomas com Callie em seus braços era o mais próximo da saída o que o deixava mais próximo de Justin, eu estava a centímetros de distância dele e May ainda estava sentada no chão na mesma posição vulnerável de antes e as lágrimas ainda molhadas em sua rosto e a milímetros de sua mão, a arma.
- Nem pense nisso querida. - ele falou direcionado a May.
Tarde de mais, os dedos dela envolveram o revólver, porém Justin foi igualmente rápido, ele também estava armado.
May com sua arma ainda no chão e travada, enquanto Justin apontava para ela sem tremer um músculo o seu revólver, confiante, como um guerreiro com sua espada.
- Eu disse para nem pensar nisso - ele afirmou feroz - ou...as coisas ficaram mais graves do que pode imaginar.
Ele vacilou, percebi, nem ele sabia muito bem o que pretendia fazer ou estava apenas inseguro? ou seria a adrenalina também desligando seus sentidos e seu juízo.
- São três contra um - eu disse tentando demonstrar algum tipo de confiança que na verdade era inexistente - desista.
Ele abriu um sorriso, sabia que minha fala era estúpida.
- Não querida, são uma drogada, uma fiel amiga desmiolada, um irmão preocupadoe e você, contra mim - ele desdenhou - desista vocês, e isso não é uma escolha.
O sótão era escuro, e não tínhamos nenhuma visão exterior, não havia como saber se tinha mais alguém acompanhando ele, mesmo que pudéssemos fugir dele, de alguma forma ultrapassá-lo, o que encontraríamos lá embaixo? eu podia ouvir de forma distante alguns carros passando pela estrada de forma despretensiosa, sem seus motoristas jamais suspeitarem do que acontecia entre aquelas quatro paredes.
- Você é um demônio! - May rugiu para Justin, em suas íris escuras haviam trevas perturbadoras, um olhar maníaco que a fazia transforma aquele olhar frágil em matador, fixos em uma única pessoa.
- Não, sou apenas mais inteligente que você.
Levei meu olhar a Thomas de forma rápida, tentando buscar ou dar consolo, mas o pavor tomava conta de nós dois.
Morremos aqui? acaba aqui? minha vida mal começou e já está prestes a terminar?
Todas as poesias e filosofias sobre a beleza da morte ou seu horror desaparecem nessa hora, só deixando para trás o desespero de ter de encará-la como possibilidade.
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RIVAIS
Teen FictionEliza Travers e Thomas Stuart se odeiam. Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...