V I N T E C I N C O

6.7K 757 166
                                    

ENQUANTO todos ali jantavam e pouquíssimas vezes trocavam palavras, eu encarava atentamente o pulso de May, a garota tinha feito sua primeira tatuagem no início do ensino médio, não demorou até que pelo menos metade dos alunos também tivessem uma ...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ENQUANTO todos ali jantavam e pouquíssimas vezes trocavam palavras, eu encarava atentamente o pulso de May, a garota tinha feito sua primeira tatuagem no início do ensino médio, não demorou até que pelo menos metade dos alunos também tivessem uma e fizessem questão de exibir, mas não May, ela havia feito uma na barriga  que só era visível nas aulas de educação física enquanto estávamos no vestiário, a história da tatuagem dela se espalhou e todos sabiam do lobo tatuado em seu ventre, mas aquela em seu pulso era novidade, tento refrescar minha memória mas não consigo ter certeza sobre ela estar com uma tatuagem ou não em seu pulso depois de sua volta, no fim só me restava pergunta ao irmão da garota.

Mas Thomas não estava mais ali, ele fora com sua mãe buscar a sobremesa mas apenas Mary havia voltado, no fundo eu estava curiosa para saber aonde ele tinha ido porém preferi não pergunta a ninguém, para todos os efeitos nos não suportávamos um ao outro, e isso é verdade, ou pelo menos era a alguns dias.

- Sua filha está uma verdadeira dama depois que voltou para a cidade Henry. - O vice de Henry, Horácio comentou.

- Katelyn está me dando bastante orgulho desde que voltou é verdade. - Henry disse sorrindo e encarando nós duas, como conseguia mentir tão bem ?

- A minha memória está péssima ultimamente Henry, poderia me dizer o que levou a mocinha pra fora da cidade, no momento eu não me recordo. - Mary questionou fuzilando ao seu concorrente, o sorriso de Henry vacilou por um momento.

- A mãe dela, teve alguns problemas e precisou ver a filha. - Henry disse com a voz hesitante.

Katelyn mantinha a cabeça baixa, se concentrando na comida em seu prato, mas no momento em que sua mãe foi citada ela ergueu seu olhar, Katelyn encarou Henry e havia algo mortal ali, não ódio, implicância ou remorso, mas algo que não pude decifrar totalmente.

- Meu deus, que indelicadeza a minha, diga-me como anda a pobre Katherine, adoraria fazer uma visita. - Mary disse de forma elegante, se eu não soubesse da profunda desavença entre nossas famílias, juraria que ela falava sério.

- A saúde dela nunca foi boa, você sabe Mary, ela não bate bem da cabeça...- Henry começou mas foi interrompido quando ouvimos uma cadeira se arrastar na mármore, todos os olhares se juntaram em Katelyn se levantando furiosa e se retirando dali a passos firmes, fiz menção de segui-la mas Henry logo sussurrou. - Fique sentada Eliza.

- Eu não sabia que ela estava tão sensível a esse assunto. - Mary disse colocando a mão sob seu peito de forma dramática. - Espero que não tenha um destino parecido ao da mãe dela.

- A doença da mãe dela não é hereditária Mary. - Digo pela primeira vez sentada naquela mesa, eu não sabia se a mãe de Katelyn sofria de alguma doença mental mas algo me fez dizer qualquer coisa para calar a boca daquela mulher por alguns segundos.

- Eu não estava falando da doença. - Mary me respondeu, mas seu olhar não estava em mim, estava em Henry, o analisando calmamente, meu pai pegou o copo de suco em sua frente e o levou a boca evitando o olhar de sua concorrente.

Vários assuntos surgiram logo depois, meu olhar corria todo o lugar procurando incessantemente Thomas ou Katelyn, andei pela prefeitura na desculpa de ir ao banheiro na esperança de encontrar um dos dois em vão.

O jantar acabou, e nenhum deles retornou.

    Katelyn retornou as três da manhã, jogou várias pedras na minha janela e pediu para que eu abrisse a porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Katelyn retornou as três da manhã, jogou várias pedras na minha janela e pediu para que eu abrisse a porta.

- Aonde você estava ? - Perguntei, só não fiquei furiosa com ela por que estava muito sonolenta.

- Na put@ que pariu Eliza, não enche.- Ela grunhiu assim que entrou, seu vestido estava sujo de lama e o cabelo agora estava solto e desgrenhado.

- Não enche ? Você acha que pode sumir e voltar no meio da madrugada parecendo uma mendiga e não dar explicações ?

- Sim eu posso. - Katelyn disse e em seguida soltou um espirro, fechei a porta e a encarei perplexa, a garota a minha frente parecia uma garota de cinco anos que não quer tomar banho.

- Sente-se. - Ordenei me dirigindo para o balcão da cozinha, Katelyn me olhou sem entender. - Você deve ter pego um resfriado, farei algo quente pra você tomar.

  Katelyn apenas bufou cansada e se sentou derrotada, fiquei feliz por saber que ela não iria discutir quanto a isso.

- Chá de camomila pode ser ? - perguntei parecendo uma lesada de tanto sono.

- Isso é bom para resfriado ?

- Eu sei lá, chá tem cara de remédio. - eu não fazia ideia se chá era bom ou não para resfriado, não é como se eu tivesse um pai a quem eu podia perguntar, e se o chá não a ajudasse também não iria mata-la.

- E o gosto também. - Katelyn retrucou apoiando seu rosto em sua mão e fechando os olhos, tomei isso como sim. 

  Preparei o chá e no processo quase queimei o meu dedo pela minha desatenção devido ao sono, soltei um xingamento baixinho e em seguida peguei a água da torneira e joguei no meu rosto na esperança de desperta.

- Café podia ser uma solução melhor. - Katelyn comentou, ela estava tão quieta que pensei que tinha dormido.

- Então não vai mesmo contar aonde estava ? - perguntei me virando para encarar ela.

- Fui ao cemitério.

- Cemitério ? O que fazia em um cemitério ?

- Visitei o túmulo do bebê. - ela sussurrou, não consegui dizer e me senti inútil. - os olhos dela eram iguais aos do pai, até a cor do cabelo.

- Seria uma garota muito linda tenho certeza.

- É, ela seria. - Katelyn disse e de relance vi um frágil sorriso que sumiu tão rápido quanto aparecerá.

O chá logo ficou pronto, coloquei ele em uma xícara vermelha com detalhes em dourado, era da Sra.Gray mas ela esquecerá aqui em casa e nunca mais levou de volta, entreguei a xícara para Katelyn encarando os olhos abatidos dela, senti um aperto no peito pelo o quanto ela havia mudado, a Eliza de quinze anos nunca acharia que sentiria falta da Katelyn de dezessete anos, mas agora a Eliza de dezoito, sente tanta falta dela que chega doer no momento.
Katelyn pega a xícara e me pega a encarando tristemente.

- Não deixe ele destruir a sua vida.

- Ele ? - perguntei confusa, do que ela estava falando.

- O Henry, não deixe ele governa a sua vida ou ele irá destruí-la.

- Vai ter que explicar melhor Katelyn.

- Quando eu puder fazer algo para mudar tudo isso, eu direi o que sei, mas não posso te envolver nisso, não agora. - Katelyn disse baixo encarando as escadas com medo provavelmente de que Henry a ouvisse.

- Me envolver ? do que está falando ?

- Quando for o momento certo eu vou te dizer, mas só não escolha sua universidade agora e se prenda para sempre nessa casa, por favor Eliza, não deixe nenhum homem destruir a sua vida.

 

RIVAIS Onde histórias criam vida. Descubra agora