O intenso verde surgiu no horizonte, a estrada se tornou mais irregular e em poucos minutos, árvores nos rodeavam, a terra recém molhada, e finos raios de sol adentravam a floresta, a paisagem era de tirar o fôlego.
Lentamente reconheci o trajeto, até que o som de água se chocando contra pedras enchesse meus ouvidos, que o rio surgisse em minha visão, cintilante e o cantos dos pássaros fosse abafado de tão longe do chão que os ninhos construídos nos galhos estavam.
- Você me trouxe até a casa da sua prima? - falei ao descer da moto, entregando o capacete para ele.
- A casa é da família.
O lugar estava exatamente como da primeira vez em que estive alí, só que sem os diversos jovens e motos ocupando espaço, sem tantas distrações pude apreciar melhor e dá atenção aos detalhes do local, das folhas douradas no chão, a água límpida e os pássaros de colorações quentes.
- Então me trouxe até a casa da sua família? pensei que seríamos discretos.
- Casa de férias, na verdade meus tios não veem aqui a vários anos, então apenas eu, May e Heavelyn desfrutamos - Thomas explicou se colocando ao meu lado - ninguém vai nos incomodar aqui.
Sem nem olhá-lo previ que ele ficaria com as suas bochechas coradas após sua última fala.
- Não sabia que sua mãe tinha irmãos.
- Tios por parte de pai, e só são dois.
Há passos curtos me aproximei do rio.
- Estranho que alguém opte por não vim para cá, esse lugar parece o tipo de paraíso que todos precisam.
- Acha parecido com um paraíso? - Thomas perguntou intrigado.
Olhei para ele, e segurei uma risada.
- Você não?
- Acho que estar no paraíso tem mais haver com as pessoas do que com o lugar.
- Concordo - digo balançando a cabeça - mas em questão de estética, é assim que eu imagino que seja um lugar perfeito, natureza e silêncio.
Era estranho que nas últimas horas, eu tenha criado um desejo repentino por silêncio, mas minha mente estava implorando por isso.
Tirei meus sapatos e me abaixei ao lado do rio, o som que provinha dele era acalentador e quando mergulhei meus pés, os músculos relaxaram e deixei que a sensação da água contra minha carne dominasse meus pensamentos.
- Quais pessoas poderiam te levar até um paraíso? - a voz suave de Thomas era como uma música antiga de ninar.
Os olhos dele banhados pela luz eram quase tão transparentes quanto a água.
- Pessoas?
- Sabe, aquelas que só de ver o sorriso delas, a alegria delas é como se fôssemos levados ao céu, pessoas que não precisam dizer uma única palavra para sabermos que somos amados por ela, e que retribuimos o amor - Thomas falou se sentando ao meu lado, brincando com a água - pessoas que te fazem feliz independente do lugar, hora ou estação.
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RIVAIS
Teen FictionEliza Travers e Thomas Stuart se odeiam. Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...