C I N Q U E N T A S E I S

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O intenso verde surgiu no horizonte, a estrada se tornou mais irregular e em poucos minutos, árvores nos rodeavam, a terra recém molhada, e finos raios de sol adentravam a floresta, a paisagem era de tirar o fôlego

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O intenso verde surgiu no horizonte, a estrada se tornou mais irregular e em poucos minutos, árvores nos rodeavam, a terra recém molhada, e finos raios de sol adentravam a floresta, a paisagem era de tirar o fôlego.

Lentamente reconheci o trajeto, até que o som de água se chocando contra pedras enchesse meus ouvidos, que o rio surgisse em minha visão, cintilante e o cantos dos pássaros fosse abafado de tão longe do chão que os ninhos construídos nos galhos estavam.

- Você me trouxe até a casa da sua prima? - falei ao descer da moto, entregando o capacete para ele.

- A casa é da família.

O lugar estava exatamente como da primeira vez em que estive alí, só que sem os diversos jovens e motos ocupando espaço, sem tantas distrações pude apreciar melhor e dá atenção aos detalhes do local, das folhas douradas no chão, a água límpida e os pássaros de colorações quentes.

- Então me trouxe até a casa da sua família? pensei que seríamos discretos.

- Casa de férias, na verdade meus tios não veem aqui a vários anos, então apenas eu, May e Heavelyn desfrutamos - Thomas explicou se colocando ao meu lado - ninguém vai nos incomodar aqui.

Sem nem olhá-lo previ que ele ficaria com as suas bochechas coradas após sua última fala.

- Não sabia que sua mãe tinha irmãos.

- Tios por parte de pai, e só são dois.

Há passos curtos me aproximei do rio.

- Estranho que alguém opte por não vim para cá, esse lugar parece o tipo de paraíso que todos precisam.

- Acha parecido com um paraíso? - Thomas perguntou intrigado.

Olhei para ele, e segurei uma risada.

- Você não?

- Acho que estar no paraíso tem mais haver com as pessoas do que com o lugar.

- Concordo - digo balançando a cabeça - mas em questão de estética,  é assim que eu imagino que seja um lugar perfeito, natureza e silêncio.

Era estranho que nas últimas horas, eu tenha criado um desejo repentino por silêncio, mas minha mente estava implorando por isso.

Tirei meus sapatos e me abaixei ao lado do rio, o som que provinha dele era acalentador e quando  mergulhei meus pés, os músculos relaxaram e deixei que a sensação da água contra minha carne dominasse meus pensamentos.

- Quais pessoas poderiam te levar até um paraíso? - a voz suave de Thomas era como uma música antiga de ninar.

Os olhos dele banhados pela luz eram quase tão transparentes quanto a água.

- Pessoas?

- Sabe, aquelas que só de ver o sorriso delas, a alegria delas é como se fôssemos levados ao céu, pessoas que não precisam dizer uma única palavra para sabermos que somos amados por ela, e que retribuimos o amor - Thomas falou se sentando ao meu lado, brincando com a água - pessoas que te fazem feliz independente do lugar, hora ou estação.

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