T R I N T A

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  A risada de Thomas foi rouca e baixa

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  A risada de Thomas foi rouca e baixa.

- E o que eu ganharia com isso ? - ele disse vindo em minha direção lentamente.

- Provaria que é o melhor. - esclareci.

- Não tenho que provar nada para você, Eliza. - ele zombou se aproximando, Thomas se encostou no corrimão ao lado do degrau em que eu estava sentada. - Mas adoraria ganhar algo de você. - ele disse desta vez com a voz mansa e com um movimento sutil mas veloz retirou a bebida da minha mão e levou aos seus lábios.

- Pode pedir o que quiser. - digo encarando aqueles olhos nublados, a bebida devia ter me deixado muita mais desinibida do que o normal. - desde que você ganhe.

- O que não vai acontecer, se depender de mim. - Heavenly sussurrou encarando o primo.

Eu e Evian presenciávamos aqueles dois que pareciam entender um ao outro com um simples olhar, por alguns poucos segundos eles se mantiveram calados mas seus olhares conseguiam ser tão diretos quanto diálogos, percebi que Thomas havia aceitado a corrida no exato momento em que Heavenly exibiu um sorriso amplo.

- Se eu ganhar. - Heavenly começou, sua entonação era alta e clara, ela dizia de um jeito que demonstrava que todos deveriam prestar atenção ao que era dito ali, até mesmo alguns jovens de dentro da casa e outros perto do rio tinham seus ouvidos atentos ao que era dito - Thomas Stuart vai entrar para os Windsor, e deve permanecer nele até o fim do ano.

  A princípio pensei que Heavenly havia sido esperta ao declarar a aposta em voz alta para no caso de Thomas recusar ele fosse considerado um covarde, e algo me dizia que para Thomas era melhor perde do que desistir, mas Thomas não parecia surpreso, era como se ele soubesse que aquelas seriam as exigências desde do início, caso ele perdesse.

- Ótimo. - Thomas declarou firme.

- E você ? o que quer se ganhar ? - a prima perguntou mesmo que já soubesse a resposta, algumas pessoas ao redor haviam se aproximando e pareciam receosos quanto as exigências de Thomas, mas por motivos muito diferentes aos meus, eu começava a me arrepender de ter dito que ele poderia pedir o que quisesse, afinal o que ele poderia pedir ?

  Olhos para a bebida que ele segura em suas mãos e desejo ter a bebida novamente para que o álcool me faça esquecer dos limites que estou ultrapassando, eu não iria tão longe de casa com um grupo de amigas mas com Thomas eu não pensei muito antes de dizer minha resposta, digo para mim mesma que o único motivo disso é a aposta e porquê eu e ele somos suspeitos de assassinato e precisamos terminar nossa conversa, mas talvez, só talvez Thomas seja sozinho o motivo de eu ter aceitado tão rápido.

Nada de aposta
Nada de assassinato
Só Thomas
Só um talvez

- Algo que só Eliza pode me dar. - Thomas disse com aqueles olhos novamente sobre mim, agradeço pela bebida ter deixado minhas bochechas coradas, pois naquele mesmo instante sentir um calor naquela região.

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