O velório de June foi extremamente breve, o pai dela se manteve calado o tempo inteiro enquanto a madrasta nos recebia gentilmente.Eu não quis olhar o caixão e ver os cabelos coloridos de June contrastando com uma pele fria e morta, me mantive sempre a uma distancia considerável do corpo, enquanto vários universitários da universidade Alek Bell que eram colegas de June compareciam, outros choravam sobre o corpo enquanto diziam suas últimas palavras, alguns Liverpool também deram suas condolências a família mas logo foram embora, por outro lado eu me sentia na obrigação de ficar ali, eu fui uma das últimas pessoas a terem visto June viva, a morte da garota foi uma surpresa para aquela cidade tediosa e até para as pessoas mais próximas de June, a família preferiu não compartilhar com ninguém o ocorrido.
- Acreditávamos que ela fosse superar isso, achávamos que ela fosse viver então não quisemos causar nenhum alarme. - a madrasta comentou com o olhar baixo. - Ela sempre se metia em encrencas, eu sabia que ia custar caro algum dia, mas não pensei que fossem levar a vida dela, não tinham o direito. - a mulher comentou segurando as lágrimas, poucas vezes me senti tão impotente, só conseguir dizer "eu lamento" e me odiei por ser tão inútil, eu e Thomas não fomos rápidos o bastante, um pedido de desculpas ficou entalado na minha garganta, aquela família perdeu alguém e eu já tinha ficado perto de sentir aquela mesma dor, a dor sufocante de perde alguém, é como perde o ar, respirei fundo e afastei aquela memória dolorosa, a memória da vez em que eu quase perdi meu irmão.
O enterro também foi rápido, o pai disse poucas palavras em homenagem a sua filha, sua voz era rouca e baixa, Bess apareceu apenas para me fazer companhia durante o enterro, ela parecia cautelosa em tudo que fazia e dizia.
- Não sabia que ela estava correndo risco de vida. - Bess sussurrou quando fecharam o caixão.
- A madrasta me disse que foi morte cerebral, mas o pai da June teve que desligar logo os aparelhos, eles não tinham dinheiro suficiente para manter eles ligados e nem para os medicamentos.
-Eu podia ter falado com a minha mãe...- Bess sussurrou se encolhendo.
- Ela morreu Bess, não podemos fazer mais nada. - digo e novamente me odeio, eu devia ter deixado Thomas ir sozinho, talvez assim June ainda estivesse aqui se ele fosse rápido, se eu não o tivesse chamado para o telhado...se.
- Quando eu entrei no Liverpool, ela foi a veterana que deu a vaga dela para mim, na época ela ainda não tinha nenhuma das tatuagens que tem hoje e o cabelo não era colorido, ela quis cursa um universidade em Red City , para não ficar longe da família. - Bess confidenciou.
- E agora ela nunca mais vai estar com a família, nunca mais. - murmurei.
E enquanto o caixão descia, observei as pessoas ali presente, e me perguntei se o assassino de June estava entre nós.
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RIVAIS
Teen FictionEliza Travers e Thomas Stuart se odeiam. Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...