SUPONHO que a morte seja uma experiência única para cada pessoas, jamais semelhante por completo, apenas em detalhes.
Talvez suave para alguns, que venha como um sopro e de forma veloz, angustiante para outros que conseguem ver a morte consumindo lentamente, aterrorizante, inesperada e outros diversos adjetivos que somente quem já viu ou sentiu a experiência de perto pode descrever, mas eu não estava disposta a descobrir como era a sensação, de morrer ou de ver quem amava morrer.
Não sabia qual era pior.
- Deixe ele ir - May disse, tremendo e com seu olhar desnorteado.
A menina que um dia achei tão ousada e bela, agora era como uma garotinha amedrontada.
- E você fará? - Justin disse, a urgência pareceu sumir da consciência dele.
Ele tinha todo o tempo do mundo, Thomas não.
- Faço o que quiser, só deixe ele ir.
May assinou sua sentença, mas Thomas teria uma chance.
O sangue dele estava grudando em minha pele, aquela cor, vermelha e poderosa, outrora tão amável e admirada por mim, se tornou de forma horripilante em algo intimidador, quanto mais vermelho, mais medo, mais terror, mais desespero.
Respire, digo para mim mesma e para ele, não sei se ajuda ou irrita, mas ficar em silêncio me parece impossível.
Thomas está encurvado, seus olhos em alguns momentos apertados e morde seus próprios lábios como se tentasse esquecer que levou um tiro, algo que eu suspeitava jamais conseguir esquecer.
- Lenvante-se - sussurrei para ele.
Pensei que não teria forças para consegui erguer ele, mas tive, só se tem coragem se antes tiver medo, e foi o que aconteceu, quando me senti tão presa que pensei que que nunca mais veria a luz do dia e de repente uma saída se iluminou como mágica diante de mim, me agarrei nela.
Se para tirar Thomas com vida dali, eu tinha que deixar May e sua amiga para trás, então eu faria, se tinha que falar com um homem armado, eu faria, se tinha que negociar com o diabo, eu faria.
Justin se moveu, abrindo um espaço pequeno para a escada que levava ao corredor escuro, May ainda era alvo de sua arma e Callie estava novamente jogada no chão, não olhei para ela desta vez, não tive coragem, a garota parecia tanto com um cadáver que depois da queda só pude imaginar que ela era um agora.
Lancei um olhar para May, na hora, se pareceu com uma despedida com toda a áurea de um velório.
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RIVAIS
Teen FictionEliza Travers e Thomas Stuart se odeiam. Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...