Eliza Travers e Thomas Stuart se odeiam.
Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...
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ANDAR na Harley geralmente me acalmava, o vento no rosto parece uma coroa sob sua cabeça, e o controle em cima da moto te faz parecer mais incrível do que realmente é.
É fácil esquecer todo o resto quando velocidade é tudo que importa, mas não é nada fácil esquecer Eliza.
A garota tem um dom natural para se impregnar em tudo, não consegui andar na Harley sem pensar que Eliza é a melhor companhia que já tive, não consigo olhar para a floresta sem pensar na coragem de Eliza, não consigo ler um livro sem que algum trecho me relembre dela, sequer consigo entrar no meu quarto sem bilhões de memórias prazerosas explodirem dentro de mim.
Ela está em toda parte, e essa é a pior parte.
Entro em casa e vou direito para o meu quarto, deito na cama e me arrependo de minha escolha, pois quando fico parado sei que Eliza é a única coisa que vai possuir minha mente, e me odeio por tanta fraqueza.
- Que merda foi aquela no colégio? - quem diz isso é May, que entra em meu quarto sem aviso, ela ainda usa sua mochila e sua pergunta é tão raivosa quando seu olhar.
- Não sei do que está falando.
May revira os olhos, e joga sua mochila na cama.
- De você e da Travers, da cena que causaram hoje. - quando minha irmã percebe que não vai conseguir nenhuma resposta, ela indaga - vai realmente se fazer de desentendido? odeio isso.
- Você odeia tudo.
- Principalmente isso. - ela afirmou se deitando ao meu lado na cama, exatamente como fazíamos quando éramos crianças.
Ficamos assim por um tempo, apenas um do lado do outro, percebendo a existência que cada um tinha para o outro.
- Você não me conta os seus segredos. - afirmei.
- Está mentindo. - May retrucou pensativa.
A mentira dela me faz rir.
- Claro, esqueci de mencionar que você só me conta as coisas quando está preste a ser presa ou morta.
