O I T E N T A U M

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 O caminho inteiro até a escola foi um martírio

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O caminho inteiro até a escola foi um martírio.

Mandei um mensagem para Bess pedindo para não me buscar, e outra para Edu, perguntando como havia sido aquela noite.

Ele não respondeu, sequer visualizou.

Katelyn estava de mau humor pela manhã, conversando com Joseph pelo telefone e praticamente ignorando minha existência, ou talvez ela estivesse morrendo de sono.

De qualquer forma, sai da casa de Eda cedo, o lugar era indiferente, como se ninguém realmente morasse alí, apenas duas fotos demonstravam que a casa era habitada, uma foto de um garotinho loiro e sorridente, com as mãos cobertas de tintas, e outra foto, era de Eda com uma mulher jovem ao seu lado, ambas estão na praia e se abraçando.

Pelas semelhanças não preciso pensar muito para descobrir que a foto era da mãe de Edu, a genética dessa família era boa.

Cheguei na escola cedo o suficiente para somente o zelador estar presente no pátio, e o único carro estacionado era o da diretora, o silêncio me persegue e eu o recebo de bom grado, permito que meus pensamentos se alinhem e encontrem sossego, já que sei que qualquer calmaria que eu viva chegará ao fim inevitavelmente.

Os alunos chegam aos poucos, recebo olhares curiosos e simplesmente desvio o olhar, caminho pelo pátio aproveitando o pouco ar fresco que terei pelo resta da manhã e sou surpreendida por uma voz que eu desejaria ouvir todos os dias da minha vida.

A voz dele.

Profunda como o mar e sensível como uma música.

- Quem fez isso com você? - certo, nesse momento, a voz dele não era muito sensível, parecia mais um bronca.

Sabia do que ele estava falando, do hematoma roxo em meu rosto que graças a casa de Eda ser desprovida de maquiagem eu não tinha conseguido esconder.

- O que? - sussurrei, surpresa pela presença dele, tão perto e real.

Droga, pensei ao observa-lo de perto.

Como era possível alguém ficar mais bonito em só algumas horas? o cabelo parecia mais longo e rebelde e o olhar frio e detalhista.

- Isso. - ele apontou, preste a tocar na minha pele por impulso, mas parou antes.

Se controlou e apenas indicou o lado do meu rosto.

- Não importa.

Eu deveria saber que aquela resposta nunca seria o suficiente para ele, não Thomas, o cara que corria para o meio da floresta depois que ouvia tiros.

Não Thomas que corria para o meio de qualquer lugar para ajudar sua irmã.

Não, definitivamente não ele.

- Quem? - a voz dele agora parecia mais forte do que jamais ouvi.

Cada sílaba impactava meu coração, mas disfarcei bem.

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