Q U A R E N T A N O V E

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DESCI do carro de Evian com o braço dormente e um pouco sonolenta

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DESCI do carro de Evian com o braço dormente e um pouco sonolenta.

O bairro vazio e mergulhado na noite, aparentemente todos já adormecidos, as casas silenciosas e o vento uivando alto.

- Devia fazer um curativo - Evian avisou antes que eu fechasse a porta - e pagar a próxima lavagem desse carro. - ele continuo fitando algumas pequenas manchas de sangue no interior da porta e no banco.

- Você é quem devia me pagar um curativo - acusei - a culpa foi sua.

- Não tenho culpa nenhuma se te falta equilíbrio - ele revidou, porém sabia que ele estava brincando, até porquê, mesmo que estivesse falando sério, eu não pagaria nada.

Dei ombros e percebi Thomas se aproximando calmamente, notei que seu olhar parecia mais manso e seus músculos já não estavam tão tensos.

- Vocês não deviam ter se intrometido, não deviam ter me seguido...e que diabos é isso no seu braço Eliza ?

- Sangue. - afirmei relaxando o mão sobre o corte.

- Eu estou vendo que é sangue !

- Então porquê perguntou ?

- Ela se cortou, aparentemente é desequilibrada - Evian explicou para Thomas dá forma mais estúpida possível.

Pigarriei irritada.

- Se cortou ? Aonde ? - Thomas questionou aproximando seus dedos cautelosamente do corte, recuei de seu toque.

- No braço - digo seca.

- É, não sou cego, estou perguntando sobre o que te cortou - Thomas disse, foi a vez dele de recuar.

Encarei seus olhos nublados ainda fixados no me corte, ele parecia realmente preocupado.

- Naquela parede de pedras.

- Venha - Thomas falou mexendo no bolso da jaqueta e pegando sua chave, indo em direção a casa que era colada na minha, a casa dele- vamos lavar isso.

- Na sua casa ? - questionei.

- Você quer explicar para sua família como consegui-o fazer esse corte ?  

Fiquei sem resposta, eu poderia simplesmente inventar alguma mentira e ninguém desconfiaria, mas o carro de Henry estava estacionado em frente como de costume, com as eleições cada vez mais próximas, vê-lo em casa se tornava raro e eu gostava disso, gostava de não ter que lidar com ele, principalmente agora que além de um pai desprezível eu também descobrira que ele jogava mulheres em hospícios.

Então se eu pudesse evitá-lo, eu evitaria.

Aceitei o pedido de Thomas.

- Eu sei que não deveria perguntar isso, mas me preocupo com o futuro de vocês - Evian falou antes de acelerar o carro, enquanto observava eu e Thomas andando em direção a casa - compraram preservativos ? 

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