THOMAS estava nervoso, andava de um lado para o outro no hospital, parecia que tentava montar um quebra-cabeça.
- Stuart. - Chamo sutilmente e ele parece não ter ouvido. - STUAR!
- O que é ? - Ele diz parando de andar e me encarando espantado.
- Pare de andar por um minuto, está me deixando tonta. - Digo. - Sei que está nervoso, mas já fizemos a nossa parte, June já está tendo os cuidados necessários.
- Espero que não tenhamos chegado tarde...- Thomas sussurra.
- Chegamos o mais rápido possível. - Digo mas me engasgo com as palavras, e se não tivermos chegado a tempo ? Ela ainda respirava mas sangrava muito, talvez se eu não tivesse trocado a roupa, se eu tivesse deixado Thomas ir sozinho talvez não tivéssemos tanta duvida.
Nada que eu digo parece acalmar ele, isso me incomoda por que esse garoto nervoso está me deixando nervosa, pensei que quando a ambulância chegasse todo o perigo sumisse junto, mas parece que não é assim que funciona.
O pai de June e a madrasta dela estavam à espera de notícias, o pai dela chorava compulsivamente enquanto a madrasta perguntava a qualquer enfermeiro o estado de sua enteada, todos negavam qualquer informação.Thomas parecia ter paralisado ao encontrar o corpo de June na floresta, seu cabelo colorido era sua marca e todos tinham alguma memórias dela, seja boa ou ruim.
Eu tive que tirá-lo do transe e pedi que ele chamasse a emergência e desse todas as informações, me aproximei do corpo dela com receio é chequei sua respiração e pulsação com delicadeza, minha calça estava manchada com seu sangue e isso me assustava um pouco, então mantive meu olhar o tempo inteiro longe das minhas pernas.- Eliza ! - Escutei a voz áspera do fim do corredor.
Direcionem meu olhar e encontrei Henry me fuzilando se entender nada, parecia raivoso mas se continha.
- O que está fazendo aqui ? - Digo me levantando, Thomas parecia tão confuso quanto eu.
- O que eu estou fazendo aqui ? Vim te buscar garota, para o carro agora!
Queria permanecer onde estava, mas não tinha muita opção é acabei seguindo em sua direção, Henry não parecia demonstrar nenhum tipo de empatia pelos responsáveis de June, eram pessoas simples e bem desconstruídos em relação aos padrões de Red City, não eram pessoas que Henry se importava em impressionar.
- Me de notícias, por favor. - Sussurro em direção à Thomas, ele assenti e me olha com pesar.
Vou embora mais tranquila.
- O que pensou que estava fazendo ? - Henry urra ao chegarmos no estacionamento.
- Eu e Thomas achamos a garota desacordada e chamamos um ambulância, queria que a deixássemos morrer ? - Digo sendo sarcástica no final.
- Não estou falando da garota e sim do que estava fazendo com aquele moleque, eu vi no baile garota, deixou sua boa amiga para dançar com ele, está pensando em nós arruinar como fez sua irmã ?
Ouvir Henry chamar Thomas de moleque com tanto desprezo desperta em mim algum tipo de indignação, Thomas talvez fosse um moleque, mas Henry não tinha o direto.
-Arruinar ? Então é isso que Katelyn é para você ? Uma ruína.
- Uma vergonha, e isso que ela é para mim. - Henry diz acelerando o carro. - Engravidar igual uma vadia, foi isso que ela fez e não passa de uma vergonha, e eu não serei tão misericordioso se isso acontecer um segunda vez Eliza, então tome cuidado.
Entre todos os pensamentos de repugnância que eu poderia ter, como por exemplo Henry achar que eu e Thomas poderíamos vir a ter um filho ou ser considerada uma vergonha, a única coisa que me lembro são as lágrimas do pai de June o desespero em seu olhar pelo medo de perde algo precioso, a angústia de receber a pior notícia de sua vida, a perda de sua filha.
Me pergunto se a perda de um filho afetaria Henry da mesma forma que a perda de uma eleição o afeta.- Como soube onde eu estava ?
- O médico e meu amigo, ele me ligou e perguntou o que a minha filha estava fazendo na floresta com aquele rapaz naquele horário, seu eu tinha deixado você perde a decência ou algo assim.
- Eu ouvi o tiro e fui ver o que estava havendo. - Digo tentando me justificar.
Quero ouvir algo com "você poderia ter se colocado em perigo" ou " e se tivesse acontecido algo com você? "mas não é isso que escuto.
- Não era da sua conta, E não deveria ter aceitado uma carona com aquele Stuart, Katelyn tem que voltar logo, ela está influenciando você é o seu irmão.
- Katelyn não tem nada haver! - Quase grito, não sei porque a defendo mas é como se meus ouvidos não me permitisse ouvir mais tanta asneira e implorasse aos meus músculos ajuda para protestar.
- Eduardo está mais inquieto, você arrumando várias confusões isso tudo depois que Katelyn voltou, não acho que seja coincidência.
- Não finja que se importa. - Sussurro.
- Vocês três podem manchar meu nome, acabar com minha reputação e me fazer perde as eleições, o que as pessoas vão dizer ? Como ele pode ser prefeito se não controla os próprios filhos ?
- Então é isso que somos para você, um risco constante. - Digo e não é uma pergunta.
- Não distorça minhas palavras.
Não respondo nada, Apenas o encaro por alguns segundos com repugnância.
Não havia como distorce suas ações, ele fazia o que era melhor para ele, e a única coisa que eu, Edu e Katelyn podíamos fazer era aceitar todas as suas imposições, mas a paciência de todos estava acabando.
Katelyn engravidara a um ano atrás, se recusou a dizer quem era o pai do bebê, Henry a enviou ao internato para "adolescentes perdidos" preparados para situações como a dela.
Eu e Edu não sabíamos de nada, Katelyn foi embora e não soubemos o motivo, Henry apenas nos contou meses depois quando o bebê nasceu, era um natimorto.Nunca soube se era um menino ou uma menina.
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RIVAIS
Teen FictionEliza Travers e Thomas Stuart se odeiam. Eliza é uma garota exemplar, dona de notas excelentes e passa longe de qualquer clichê de nerd recatada, tem uma vida social admirável, e tudo seria tranquilo e até mesmo perfeito em sua...