Q U A R E N T A Q U A T R O

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QUANTO mais eu analisava a foto aonde June e Brad apareciam ao lado daquele homem desconhecido, mais eu tinha a leve sensação de que o conhecia de algum lugar

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QUANTO mais eu analisava a foto aonde June e Brad apareciam ao lado daquele homem desconhecido, mais eu tinha a leve sensação de que o conhecia de algum lugar.

- Você precisava que eu vinhesse...a uma festa ? - Thomas indagou logo após estacionar a moto do lado de fora da casa de Bess, retirou seu capacete e balançou seus cachos embaraçados de uma forma adorável.

Me pergunto se o homem que eu virá deixar May com a aparência de uma criança que tenta não chorar diante do sermão de sua mãe, não fosse apenas um conhecido qualquer, uma pessoa que eu tinha visto passar pela cidade e meu subconsciente gravou, talvez eu não devesse ter suspeitado tanto dele, porém  a forma como May agia perante ele, me incomodava.

O medo  era um sentimento que eu pensei, que  May não conhecia, perceber que ela sentia isso, me deixava desconcertada

- Talvez eu só  quisesse a sua companhia - digo ao me aproximar dele.

Os olhos dele se destacam evidenciando surpresa.

- Fala sério ? - Thomas ironiza levando seu olhar para os fogos de artifícios coloridos que explodem no céu escuro, era típico de Bess fazer algo daquele tipo.

- Sendo sincera, não - respondo desanimada.

- Ainda bem, séria ridículo se tivesse me convidado - Thomas diz com um sorriso no canto de seu rosto.

Antes de dizer algo, espero que o barulho dos fogos diminuam, a festa era um exagero sem fim, se eu não tivesse tantas coisas perturbando minha mente, talvez eu estivesse me divertindo.

- Qual o problema de eu te convidar para uma festa ? - questiono na defensiva - garotas também podem ter a iniciativa.

Thomas soltou uma risada fraca, que desapareceu junto a brisa fria, de alguma maneira aquilo foi suficiente para aquietar meus pensamentos e confortar meu coração, eu não o sentia tão cansado e enquanto conversava com ele, senti uma leveza que não havia em nossa última conversa, no cemitério.

- Tenho certeza que sim - Thomas responde em seguida - me mostrou que ama tomar a iniciativa, quando me beijou, nas duas vezes.

Eu não deveria, mas sinto que a coloração ruiva do meu cabelo se estende até o meu rosto, especialmente nas bochechas.

- Mas imagine - Thomas continuo - que Robert comece a namorar, e faça uma festa, e então você seja convidada a essa festa, bom, é assim que estou me sentindo nesse momento.

- Então você está se sentindo como um covarde ?

- Levemente desconfortável Eliza, apenas... deslocado - a voz dele saiu de forma hesitante.

Agora era ele que parecia ter um leve rubor em sua face pálida.

- Se eu estivesse nessa situação, eu não me importaria - digo e fico feliz por estar sendo totalmente sincera - Robert não me afeta mais.

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