S E S S E N T A C I N C O

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- NÃO faça isso, não

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- NÃO faça isso, não...diga isso - Thomas pediu como um clamor abandonado - não tente me afastar May, não saiu daqui sem você.

- E não saiu daqui sem Callie.

Se meu cérebro fosse formado por engrenagens, esse seria o momentos que elas falhariam por sobrecarga.

- Adoro o papo emocional de gêmeos, sério é comovente - digo exausta daquela discussão - mas como tem tanta certeza que Callie está nessa...casa abandonada.

- Não está abandonada. - May afirmou se arrastando em direção a casa.

- Um das janelas está quebrada e a gangorra parece enferrujada, então sim, acho que é abandonada.

Ele iria responder algo ríspido, porém um carro passou na estrada naquele momento, ficamos em silêncio e o sangue gelado pela tensão, no fim, provavelmente era um carro qualquer.

- Aquele carro? que vocês trouxeram, de quem é? seu? - May questionou para mim, apontando para o carro que Thomas estacionou a alguns metros.

- Bess, ela me emprestou, achei mais seguro vim com um automóvel que Justin ou Brad não pudesse reconhecer.

May ficou reflexiva por um tempo.

O carro da família de Bess era elegante e escuro, o vidro com película obscura não permitia que víssemos nada de dentro do carro, podia chegar a velocidades impressionantes e Bess fez questão que pegassemos esse carro em específico, de forma quase obsessiva.

- Brad é namorado da Bess, não? - May pergunta encarando o carro.

- E?

- Pode reconhecê-lo.

- A garagem da família Reed tem tantos carros, que nem elas mesmo devem lembrar de todos eles. - argumentei confiante.

Os gêmeos trocam olhares receosos, de confiança frágil mas mútua, as palavras já ditas ainda ressoam neles.

- Estou vigiando a casa a duas horas - May começa a explicar, sua voz não vacila nesse momento, e ela evita o olhar do irmão - não houve movimentação nenhuma, imagino que esteja vazia, quero dizer, imagino que Callie esteja aí, porém presa provavelmente, e sem nenhuma espécie de carcereiro...por enquanto.

Thomas reage como alguém que acabou de escutar uma das histórias mais absurdas de sua vida, porém não diz nada que a irrite, sua reação é ignorada por May que mantém seu olhar fixo em tudo que não seja ele.

- Explique melhor. - ele pede olhando para a casa com atenção.

- Falei com antigos conhecidos do internato, eles dizem que Justin vem saindo com frequência do internato, ele é um dos monitores de lá, logo sua ausência é facilmente percebida, quando eu ainda estudava naquele lugar, ele saia poucas vezes, somente durante a noite, agora ele some durante o dia também, foi o que me disseram, não é difícil juntar as peças, e pensar que ele está mantendo Callie em algum lugar e isso requer o tempo dele.

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