Torênia - Minha resposta

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Lauren POV

As palavras dela ficaram rondando em minha cabeça, ela estava me olhando com as sobrancelhas erguidas e um pequeno sorriso brincava em seus lábios, como assim ela me via e eu não via que ela me via? Sim eu estou mais nervosa que o de costume, minhas mãos se apertaram em sua cintura e ela se ajeitou em meu colo.

— Sua cara já é minha resposta - ela acariciou meu rosto com a mão direita - você não sabia que eu via e isso não me surpreende.

— Mas eu ficava tão escondida e você também disse que nunca tinha me visto lá - falei mais pra mim mesma enquanto olhava por cima do ombro dela como se estivesse recordando os dias que fiquei ali - meu Deus...

— Não sei se te vi no primeiro dia, não sei a quanto tempo você fazia isso e claro que eu não iria dizer assim de cara que já tinha te visto lá né Lauren - ela passava a ponta do indicador com delicadeza em uma de minhas sobrancelhas e subia por minha testa até o bico de viúva que eu tinha ali no começo dos meus cabelos - mas eu lembro de um dia está atendendo um cliente e ele falar que iria na lavanderia rápido e voltava para pegar a encomenda e quando olhei em direção a lavanderia você estava lá - baixei minha cabeça e encostei a testa em seu ombro com tamanha vergonha, ela deu um riso baixo e acariciou meus cabelos - você estava com uma das mãos no queixo e olhava fixamente em direção a vidraça onde eu ficava no balcão, você não me viu te olhando pois eu não estava lá...

— Eu não sei o que te dizer e você me enganou direitinho - falei baixo e fechando meus olhos com força, eu jamais iria imaginar que ela tinha me visto - o que você deve pensar de mim...

— Eu achei que era apenas uma coincidência o seu olhar naquela direção - seus dedos apertavam meus ombros e acariciavam os mesmos - mas ai depois eu vi você outras vezes e você sempre estava na mesma posição e cheguei a conclusão que você me olhava e Normani confirmou...

— Normani - falei o nome dela baixinho e neguei com a cabeça - eu te achei bonita desde o dia que fui lá comprar flores para dar de presente a minha mãe - continuei com a testa em seu ombro, sabia que se a olhasse eu não conseguiria falar - isso tudo depois que você apareceu lá na cafeteria?

— Isso, eu lembro o dia que entrei na cafeteria, estava chovendo - eu me recordei automaticamente daquele dia - na verdade parecia que Melbourne iria se desmanchar em chuva naquele dia - ela riu o que fez seus ombros balançarem - você ficou tão assustada quando me viu te olhando e eu não sabia o motivo, mas depois entendi, não fique achando que eu pensei mal de você quando soube que estava na lavanderia apenas me observando.

— Eu não sabia como me aproximar - não era mentira - sei que foi estranho e não podemos negar...

— Por isso eu apareci naquele dia lá, Normani me deu a deixa de "se você não for até lá falar com ela, ela nunca vai vir até aqui falar com você" - ela fez uma voz fina - então eu fui até lá e aqui estamos...

Eu fiquei parada por alguns segundos que pareceram bem mais, por isso ela sempre sorria quando falava algo como "eu nunca te vi aqui" mas ela já tinha visto sim, Camila é bastante carinhosa e a todo momento ficava acariciando meus cabelos ou minhas costas, eram carícias tão leves e boas que eu queria que não tivesse um fim. Ergui minha cabeça e a olhei nos olhos, ela olhou cada canto do meu rosto com seus olhos castanhos que pareciam me analisar e então abriu um lindo sorriso, eu me aproximei e roubei um selinho rápido que a fez rir mais ainda.

Ela se inclinou e pegou o restante do brigadeiro e pegou um pouco na colher e trouxe até minha boca, eu comi aquele doce e fiquei olhando ela comer um pouco também, ela ficou em silêncio enquanto comia e também me deixava comer quando trazia a colher até minha boca.

— Vou levar o prato até a cozinha e por um pouco de água se não vai ficar ruim de lavar depois - ela falava enquanto se levantava de meu colo e eu apenas concordava com a cabeça.

Eu bebi o restante da água que havia em meu copo e deixei o mesmo em cima da mesa de centro, não demorou e ela voltou da cozinha e se sentou ao meu lado no sofá.

— Acho que já está na hora de ir - falei assim que vi a hora em meu relógio de pulso e ela também direcionou o olhar a um relógio em sua parede.

— Tudo bem - ela não parecia querer que eu fosse embora - eu te levo até a porta.

— A gente pode marcar de fazer outra coisa se você quiser ainda essa semana ou a próxima você que sabe - falei tudo rapidamente enquanto me levantava e passava minhas mãos em minha roupa.

— Claro - ela disse sorrindo - na verdade eu estarei ocupada por toda essa semana, eu terei que fazer uma viagem - caminhou até a porta e eu fui ao seu lado - mas assim que chegar eu entro em contato com você e podemos fazer algo.

— Me desculpa ter que ir embora assim - falei quando ela abriu a porta - eu deixei a amora sozinha e uma hora dessas ela deve ter virado o apartamento de cabeça para baixo.

— Amora? - ela ergueu as duas sobrancelhas.

— Sim, é minha cachorrinha - ela deu um pequeno sorriso - buldogue francês a raça dela...

— A um tempo atrás eu topei na rua com uma cachorrinha da mesma raça e com o mesmo nome - ela se encostou na entrada da porta me olhando.

— Sério? - falei em surpresa e ela concordou com a cabeça - ela ainda é filhote, muito arteira...

— Ela usava uma coleira verde e a pelagem era cinza e tinha uma mancha branca no peito até abaixo do focinho - eu arregalei meus olhos e ela negou com a cabeça como se dissesse que não era possível.

— Ela estava com um garoto? - perguntei me aproximando dela.

— Sim, ele disse que passeava com ela e que era de uma vizinha - ela mexeu nos dedos de minha mão direita.

— Será que é a minha amora - falei semicerrando os olhos - você pode conhecer ela depois se quiser e então podemos ver se é ela mesma...

— Está me convidando a ir até seu apartamento? - eu senti minhas bochechas esquentarem e ela passou os braços por meus ombros beijando minha bochecha demoradamente.

— Se você quiser ir então sim é um convite, mas caso não queira finja que não - ela começou a rir em meu pescoço e eu passei meus braços por sua cintura apertando seu corpo ao meu.

— Próximo fim de semana eu quero você aqui em casa novamente - ela beijou meu pescoço e eu estremeci - mas depois eu posso ir sim no seu apartamento...

— Então eu posso trazer Amora comigo se você não se importar - acariciei sua cintura.

— Por mim tudo bem - ela se inclinou pra trás e me olhou nos olhos.

Fechei meus olhos assim que senti seus lábios nos meus, foi um beijo de despedida maravilhoso assim como todos os outros beijos que ela já havia me dado e como todos os outros que ela ainda me dará, assim espero.

Soul Meraki Onde histórias criam vida. Descubra agora