Gardênia - Droga.

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Lauren POV

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Lauren POV

Já havia se passado exatamente uma semana desde o dia em que comi a torta com Camila. Eu esperava que ela aparecesse outras vezes na cafeteria durante esses dias, mas isso não aconteceu — e eu também não criava coragem de ir até a floricultura dela.
"Será que ela está esperando que eu apareça na floricultura?" — pensei, logo negando com a cabeça. Minhas amigas não me perguntavam nada; sabiam que quanto mais me pressionassem, mais eu demoraria a tomar uma atitude.

De olhos vermelhos, de pelos branquinhos, de passos ligeiros eu sou coelhinho — ergui uma sobrancelha ao ouvir a música e olhei por cima do ombro direito, dando de cara com Dinah. Ela estava de costas, enxugando umas xícaras, parecendo distraída.

— Tá cantando música de coelho? — perguntei. Ela se virou, me encarou por alguns longos segundos e deu de ombros.

— Páscoa tá aí pra isso, minha filha. Me deixa cantar — respondeu, voltando-se novamente para o serviço e recomeçando a cantar, despreocupada:
Sou muito assustado, porém sou guloso, por uma cenoura já fico manhoso.

Eu pulo pra frente, eu pulo pra trás, dou mil cambalhotas, sou forte demais — cantei também, me encostando no balcão. Foi a vez dela de me olhar com os olhos semicerrados.

Comi uma cenoura com casca e tudo, tão grande ela eraaaaaaaa, que fiquei barrigudo — disse, passando as duas mãos na frente da barriga, formando uma bola, e me fazendo rir alto.

— Bem sua cara mesmo comer tudo sem se importar com a embalagem — comentei, recebendo um tapa no ombro e me encolhendo.

— Me respeita, dente de coelho, ou eu não te dou nem um ovo de codorna esse ano! — ela apontou o dedo na minha direção com uma expressão ameaçadora. Encolhi os ombros e fiz biquinho em resposta.

Ela saiu cantarolando alguma coisa que não consegui mais ouvir. Me voltei de frente para o balcão e vi quando um rapaz entrou, indo em direção a uma mesa no canto da cafeteria. Ele carregava um pequeno buquê nas mãos. Quando a garota que estava sentada na mesa o viu, abriu um sorriso tão grande que dava para contar todos os dentes da boca.

O rapaz escondia o buquê atrás das costas enquanto se aproximava. Me escorei no balcão e mexi na playlist que tocava nas caixas de som da cafeteria, clicando em "Time After Time", da Cyndi Lauper — amo essas músicas, vai que ajuda a criar um clima ainda mais especial para eles. Vi o sorriso dela crescer ainda mais quando ele, enfim, ofereceu o buquê. Ele também ergueu o dedo, apontando para a caixa de som, como se fizesse algum comentário sobre a música.

Suspirei, apoiando o queixo na mão direita, e deixei a cabeça pender levemente para o lado, observando toda a cena.

Desviei o olhar, fixando-o no balcão, e comecei a fazer desenhos com a ponta do indicador enquanto cantarolava a música que ainda rolava no ambiente.
Voltei a olhar para o casal, desta vez focando no buquê — e, inevitavelmente, pensei em Camila. Nada me impede de ir até a floricultura, não é mesmo? Não custa nada... só uma conversa. Eu consigo fazer isso.

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